Nova licenciatura em Gestão de Dados e Tecnologias em Saúde

O Instituto Superior de Educação e Ciência (ISEC Lisboa) anuncia o lançamento da Licenciatura em Gestão de Dados e Tecnologias em Saúde, numa parceria com o ISLA de Santarém, a Escola Superior de Santa Maria, localizada no Porto, e a empresa What If

 

A nova licenciatura vai conferir competências de administração de sistemas de informação em hospitais, centros de saúde e laboratórios, e também de apoio à gestão de instituições do setor da saúde, gestão e tratamento de dados em entidades reguladoras, desenvolvimento de soluções em tecnologias digitais, incluindo Inteligência Artificial e desenvolvimento de software para a saúde, bem como apoio à investigação científica através da ciência dos dados.

 

O novo curso, detalha o ISEC Lisboa em comunicado, “aposta na formação de especialistas capazes de utilizar ferramentas de inteligência empresarial para otimizar processos e melhorar serviços de assistência médica. Neste âmbito, a What If enquanto especialista em Business Intelligence, entrega a sua expertise na estruturação de unidades curriculares, como “Experimental Data Analysis Using Business Intelligence” e “Clinical Data Analysis Using Business Intelligence”.”

Conceitos de saúde, como anatomia, fisiologia, patologias e epidemiologia; estatística e matemática aplicadas à análise de dados em saúde; técnicas de visualização de dados e storytelling; computação e ciência dos dados aplicadas ao apoio à decisão no setor da saúde; bem como pensamento crítico, criatividade, trabalho colaborativo e consciência sobre os princípios éticos e legais na gestão de dados em saúde, são algumas das competências com que a licenciatura dotará os seus alunos.

FOTO: TUMISU / PIXABAY

Ameaças à saúde global: CDC europeu e africano aprofundam colaboração

Responsáveis dos Centros de Controlo de Doenças da Europa e da África reuniram-se em Estocolmo para discutir o aprofundamento da colaboração em matéria de saúde global. Abordagem One Health (Uma Só Saúde) considerada essencial no combate à “pandemia silenciosa” da resistência aos antimicrobianos

A reunião, ocorrida em março, que juntou os líderes das duas agências (Pamela Rendi-Wagner do ECDC e Jean Kaseya, do CDC Africa) foi uma oportunidade para o ECDC e o CDC Africa fazerem um ponto de situação relativamente às áreas de cooperação e estudarem futuros esforços em prol da saúde global. As duas agências trabalham em conjunto desde 2021, ao abrigo de uma parceria financiada pela Comissão Europeia, no sentido de contribuir para a segurança em saúde em África e a nível global através do reforço da preparação e resposta a emergências e vigilância epidemiológica.

Em comunicado, o ECDC compromete-se a colaborar com o Africa CDC no desenvolvimento de uma força de trabalho ancorada no One Health (a estratégia europeia que reconhece a interligação entre saúde humana, animal e ambiente e apela a uma ação integrada em prol de melhores resultados), que entende ser uma abordagem essencial no combate à resistência aos antimicrobianos, fenómeno que a organização apelida de “pandemia silenciosa”, e que reconhece ser uma ameaça significativa á saúde e ao funcionamento dos sistemas de saúde nos dois continentes.

Para além das discussões sobre as colaborações técnicas, também se abordaram os surtos no continente africano e as ações que as duas agências estão a levar a cabo para reconstruir a confiança pública nas autoridades de saúde a seguir à pandemia de Covid-19.

Dados em saúde: criado grupo de trabalho para implementar regras europeias

Despacho de 20 de março cria grupo de trabalho coordenado pelos SPMS para implementar medidas relativas ao cumprimento do Regulamento Europeu do Espaço de Dados em Saúde. Relatório final deve ser apresentado dentro de um ano

 

O grupo de trabalho, constituído por representantes dos SPMS, ACSS, Direção Executiva, DGS, Infarmed, Governos Regionais e NOVA IMS vai propor o modelo de governação e as medidas necessárias a adotar, em território nacional, o regulamento europeu.

No despacho, o gabinete da Secretária de Estado da gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, salienta a importância de acautelar “uma transição eficiente e estruturada para o cumprimento das disposições do Regulamento, o que implica a adaptação de sistemas nacionais, procedimentos e normas às novas regras e exigências, assim como um mapeamento rigoroso das responsabilidades daí decorrentes”.

Pretende-se promover a digitalização da saúde através da implementação da Plataforma Nacional de Partilha de Dados de Saúde e dos seus serviços, onde se inclui o Registo de Saúde Eletrónico Único, e simultaneamente garantir “a interoperabilidade nacional e transfronteiriça de dados de saúde, bem como a implementação de mecanismos tecnológicos que permitam o tratamento de dados, incluindo a sua recolha e partilha, para fins de utilização secundária dos mesmos, ao abrigo do Regulamento”.

ULS da Cova da Beira inicia serviço de Hospitalização Domiciliária

A Unidade Local de Saúde (ULS) da Cova da Beira iniciou oficialmente o serviço de Hospitalização Domiciliária, permitindo que doentes elegíveis recebam cuidados hospitalares no conforto dos seus lares.

Este novo serviço visa oferecer cuidados com a mesma segurança e qualidade de um internamento hospitalar convencional.

A Hospitalização Domiciliária traz benefícios para os doentes, como menor risco de infeções hospitalares e maior conforto em ambiente familiar. Para o sistema de saúde, contribui para uma gestão mais eficiente dos recursos, liberando camas para casos mais complexos.

A equipa de saúde acompanha os doentes através de visitas regulares, monitorização contínua e assistência sempre que necessário, assegurando a estabilidade clínica. Para ser admitido neste serviço, o doente deve cumprir critérios específicos, como aceitação voluntária do internamento em casa, autonomia ou presença de cuidador, estabilidade clínica e comorbilidades controláveis no domicílio, além de condições adequadas de habitabilidade.

Rui Santos Ivo é eleito Presidente do Conselho de Administração da EMA

Rui Santos Ivo, atual Presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), foi eleito Presidente do Conselho de Administração da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) em reunião do organismo, realizada a 13 de março.

A eleição ocorre após ter sido nomeado vice-presidente do Conselho em outubro de 2024.

O Conselho de Administração da EMA é responsável pela supervisão geral da Agência, incluindo a aprovação do orçamento e do plano de atividades anual, bem como pela cooperação institucional a nível europeu e internacional. Como Presidente, Rui Santos Ivo irá colaborar com a Diretora Executiva da EMA, Emer Cooke, e com os membros do Conselho, que incluem representantes do Parlamento Europeu, da Comissão Europeia, dos Estados-Membros da União Europeia e do Espaço Económico Europeu, e da sociedade civil.

Rui Santos Ivo já representava Portugal no Conselho de Administração da EMA desde 2016 e preside o Grupo de Chefes das Agências de Avaliação de Tecnologias de Saúde (HAG), desde setembro de 2021. Sucede a Lorraine Nolan, que concluirá o seu mandato como presidente do Conselho a 21 de março de 2025.

A nomeação de Rui Santos Ivo reforça a posição de Portugal e do Infarmed no contexto europeu da regulação de medicamentos.

UC desenvolve novas abordagens para melhorar clima interior em hospitais

A Universidade de Coimbra (UC) está a participar num projeto internacional que visa melhorar o clima interior em unidades de saúde, reduzindo o risco de transmissão de infeções hospitalares.

O projeto “Human-Centric Indoor Climate for Healthcare Facilities (HumanIC)” é uma iniciativa financiada pelo programa Horizonte Europa e envolve oito universidades europeias.

A abordagem do projeto vai além dos métodos tradicionais de ventilação e climatização, integrando as interações entre fontes de contaminação, fluxos de ar e as necessidades clínicas e energéticas dos hospitais. A investigação abrange onze teses de doutoramento e pretende desenvolver soluções eficazes para minimizar a propagação de agentes patogénicos transportados pelo ar.

Manuel Gameiro da Silva, docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC e coordenador do projeto na instituição, explica que o objetivo é otimizar o design de soluções técnicas e implementar métodos inovadores de controlo do clima interior nos hospitais, garantindo conforto térmico e segurança. «Este tipo de clima interno desempenha um papel crucial em locais como salas de operações, unidades de isolamento e laboratórios, onde a segurança depende de condições ambientais altamente controladas”, realça o especialista, em comunicado de imprensa.

O consórcio HumanIC visa criar uma nova geração de cientistas e engenheiros que compreendam as implicações destas interfaces no futuro design hospitalar.

O projeto HumanIC, com um financiamento total de 2,7 milhões de euros, decorre até 2027 e conta com a participação de vários parceiros académicos e tecnológicos de uma dezena de países.

Carlos Sá nomeado para a administração do Amadora-Sintra

Ex-presidente do Hospital da Cruz Vermelha transita para a ULS Amadora/Sintra

O Governo nomeou, por resolução do Conselho de Ministros publicada a 3 de março, o gestor de Saúde e antigo presidente do Hospital da Cruz Vermelha Carlos Sá para presidente do Conselho de Administração da ULS Amadora/Sintra. A decisão vem na sequência da renúncia do anterior Conselho de Administração.

Mestre em Gestão da Saúde com especialização em Gestão de Organizações de Saúde, Carlos Sá foi também CEO da Clínica de Santo António (atual Hospital Lusíadas da Amadora) entre 2018 e 2021, e também diretor corporativo e de logística do Grupo Lusíadas Saúde. Foi ainda docente e técnico de análises clínicas e saúde pública.

Carlos Sá será acompanhado pelos vogais executivos Diana Mendes (que será também a diretora clínica para a área dos cuidados de saúde hospitalares), Mário Rui Cruz, também diretor clínico para a área dos cuidados de saúde primários, Maria Luísa Ximenes, que será também enfermeira-diretora, e ainda Carlos Araújo Ribeiro e Dália Oliveira.

Portugal e Angola assinam protocolo de formação de profissionais de saúde

Documento assinado no final de fevereiro visa capacitar 630 profissionais angolanos e fortalecer a cobertura universal de saúde em Angola

O acordo de capacitação entre os dois países foi formalizado pelas ministras da Saúde de ambos os países, Ana Paula Martins e Sílvia Paula Valentim Lutucuta, no âmbito do “Projeto de Formação de Recursos Humanos para a Cobertura Universal de Saúde em Angola”.

Conforme noticiou o Portal do SNS, o projeto abrange a formação de 200 médicos, 200 enfermeiros, 200 técnicos de diagnóstico e terapêutica, além de 30 técnicos de apoio hospitalar, nas áreas de saúde pública e cuidados assistenciais. Esta iniciativa, que se estenderá até 2028, faz parte da Estratégia de Cooperação Portuguesa 2030 e abrangerá as 21 províncias de Angola.

A colaboração entre os dois países incluirá programas de formação tanto em Angola, com o apoio de formadores portugueses, como em Portugal, onde os profissionais angolanos terão a oportunidade de aprimorar as suas competências em instituições de saúde de referência.

Este esforço conjunto simboliza a solidariedade e a cooperação entre os dois países, reforçando os laços históricos e culturais entre Portugal e Angola, enquanto contribui para o fortalecimento do sistema de saúde angolano e o desenvolvimento dos seus recursos humanos.

Hospital de Braga inaugura nova unidade de angiografia

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga abriu esta semana uma nova unidade de angiografia no Hospital de Braga.

A nova instalação, com uma área de cerca de 200 m², encontra-se no quarto piso do hospital, estrategicamente posicionada perto da Unidade de Cuidados Intensivos Cardíacos e da Enfermaria de Cardiologia.

Esta unidade está equipada com duas salas de angiografia de última geração e uma sala de recobro projetada para acomodar sete utentes e especialmente concebida para dar resposta aos doentes de ambulatório.

O novo espaço concentra as áreas de arritmologia e hemodinâmica num ambiente integrado, promovendo uma maior eficiência no atendimento e cuidados prestados aos pacientes.

Jorge Marques, Diretor do Serviço de Cardiologia da ULS Braga, sublinhou a importância deste desenvolvimento, afirmando em comunicado que “O desenvolvimento desta área é crucial para incrementar a atividade na intervenção cardiovascular percutânea, tanto na hemodinâmica como na arritmologia. Em paralelo com o início das atividades de Cirurgia cardiotorácica, esperamos em breve iniciar procedimentos de implantação de válvulas cardíacas via catéter, elevando o nosso Serviço de Cardiologia para o estatuto de centro de atendimento terciário”.

Este projeto representou um investimento de 2 milhões de euros, incluindo a construção e o equipamento da unidade. A inauguração formal da nova unidade está prevista para as próximas semanas.

ULS Médio Tejo envolvida na colheita de 14 órgãos para transplantação

A Equipa de Colheita de Órgãos e Tecidos do Serviço de Medicina Intensiva da Unidade Local de Saúde do Médio Tejo (ULS Médio Tejo) esteve envolvida, em 2024, na colheita de 14 órgãos – oito fígados e seis rins

A colheita de 14 órgãos em doentes em morte cerebral na ULS Médio tejo é um resultado que supera a média nacional de doação de órgãos de dadores falecidos. Com uma taxa de 53,14 dadores por milhão de habitantes em 2024, os resultados da ULS Médio Tejo ultrapassam significativamente a média nacional de 35,8 dadores por milhão de habitantes (dados oficiais do IPST referentes a 2023, os últimos que se encontram publicados). De notar que se trata de uma ULS distante dos grandes centros, como Lisboa, Porto e Coimbra, que concentram hospitais centrais e universitários, com valências inexistentes no Hospital de Abrantes da ULS Médio Tejo.

Citado em comunicado daquela unidade de saúde, Nuno Catorze, Diretor da Unidade de Cuidados Intensivos, insiste que “a doação e transplantação de órgãos é um tema que precisa de ser amplamente divulgado e debatido”.