SNS vai dispor de mais sete novas Unidades Locais de Saúde

As regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo vão ter mais sete novas Unidades Locais de Saúde, passando a totalizar 27 no país que assegurarão respostas em saúde a mais de metade da população, anunciou a Direção Executiva.

A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) adiantou, em comunicado, que foram iniciados os trabalhos para “a elaboração dos planos de negócios para sete novas Unidades Locais de Saúde (ULS)”, salientando que o Centro Hospitalar Universitário de São João, em conjunto com os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do Porto Oriental e o Maia/Valongo, irá constituir a primeira ULS que integra um Centro Hospitalar Universitário.

No Norte vão ser constituídas as ULS de São João, Vila Nova de Gaia/Espinho, Barcelos, Dão Lafões (Tondela e Viseu) e do Baixo Mondego (Figueira da Foz).

Na região de Lisboa e Vale do Tejo vão ser criadas as ULS do Estuário do Tejo (Vila Franca de Xira) e do Médio Tejo.

A DE-SNS, liderada por Fernando Araújo, recorda que estão em fase adiantada de elaboração os planos de negócios de 12 ULS.

As restantes oito que se encontram a terminar os processos, até ao final do mês de abril, são as ULS do Alentejo Central, da Arrábida, de Almada – Seixal, da Lezíria, do Arco Ribeirinho, da Póvoa de Varzim/Vila do Conde, do Médio Ave e de Braga.

O SNS passará a dispor assim de 27 ULS, que irão assegurar respostas em saúde a mais de 50 por cento da população portuguesa, o que, segundo a DE-SNS, representa “uma dimensão profunda na construção de instrumentos de planeamento e organização do SNS, com relevantes ganhos em saúde, através da otimização e integração de cuidados, da proximidade assistencial, da autonomia de gestão, do reforço dos cuidados de saúde primários, sempre com o foco nos utentes”, sublinhando que “a articulação com as autarquias e o papel do poder local vai ser reforçado com esta estratégia”.

“A abordagem vai definir a reorganização da arquitetura orgânica das instituições do SNS que passam a assumir a resposta assistencial ao nível dos cuidados de saúde primários e cuidados hospitalares de forma integrada”, afirmou, considerando “fundamental promover a integração, com maior proximidade das instituições, numa mesma área geográfica, melhorando a participação dos cidadãos, das comunidades, dos profissionais e das autarquias na definição, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, maximizando o acesso e a eficiência do SNS”.

O plano de negócios irá incluir a análise dos impactos clínicos e financeiros desta forma de organização, assegurando os ganhos em saúde gerados pela integração de cuidados, pela proximidade das decisões, pelo incremento da autonomia das novas instituições, promovendo os cuidados de saúde primários como a base do sistema, fornecendo os meios e os recursos necessários para a sua missão, acrescentou.

“Dez anos depois da criação da última ULS, assiste-se agora a uma revolução neste processo, liderada pela DE-SNS, que irá acompanhar o processo de conclusão das Administrações Regionais de Saúde, o qual deverá estar terminado até final do ano de 2023”, salientou.

HFF abre primeiro Centro de Treino de Nutrição em Neonatologia

O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) abriu o primeiro Centro de Treino de Nutrição em Neonatologia em Portugal, que vai proporcionar um programa de formação multidisciplinar pioneiro a nível nacional, com estratégias para melhorar a nutrição dos bebés prematuros.

“A Neonatologia tem tornado possível a sobrevivência de bebés prematuros cada vez mais pequenos e com menos sequelas. São extraordinários os avanços científicos, tecnológicos e humanos numa especialidade com apenas 50 anos, mas o conhecimento da nutrição minuciosa do prematuro em cada etapa do seu desenvolvimento é relevante na vida destes bebés. O Centro de Treino de Nutrição em Neonatologia do HFF quer levar estes avanços a mais profissionais e ser um centro de excelência em nutrição neonatal”, segundo a diretora do Serviço de Neonatologia do hospital, Rosalina Barroso.

A responsável disse à agência Lusa que o Serviço de Neonatologia do HFF é “muito vocacionado para a parte nutricional”, tendo iniciado a nutrição parentérica [nutrição por via endovenosa] neonatal de acordo com as atuais orientações, definidas em 2020.

“Começámos a usar a nutrição parentérica nos bebés acima das 30 semanas e nos prematuros abaixo de 30 semanas fazemos uma nutrição personalizada”, explicou.

A especialista disse que ainda há “um medo relativo” a usar a nutrição parentérica e considerou “muito importante” dar formação nesta área em, por exemplo, hospitais mais periféricos que não a realizam, para “desmistificar e ensinar como a usar e obter melhores resultados”.

Rosalina Barroso adiantou que essa formação já está a ser realizada em hospitais diferentes, sendo seu objetivo que “o centro cresça em termos não só de nutrição parentérica, mas em termos de nutrição entérica (nutrição oral)”.

Constituído por médicos, enfermeiros e farmacêuticos, o centro de treino, um projeto conjunto do HFF com a Baxter, vai disponibilizar um programa de formação multidisciplinar, pioneiro a nível nacional na formação de profissionais de saúde, baseado no conhecimento científico e clínico disponível, bem como as estratégias nutricionais adequadas, para melhorar a nutrição dos prematuros internados.

Todos os dias nascem 17 bebés prematuros em Portugal. A taxa global de prematuridade é de dez por cento, abaixo das 37 semanas de gestação, e de um por cento abaixo das 32 semanas.

“Quanto menor a idade gestacional ao nascimento, mais vulnerável é o recém-nascido do ponto de vista nutricional”, refere o HFF, salientando que o objetivo da nutrição neonatal é conseguir alcançar o crescimento e desenvolvimento semelhantes aos do feto ‘in útero’.

Rosalina Barroso salientou a evolução da nutrição parentérica, explicando que deve ser vista como “uma ponte até que os bebés consigam comer”.

CHUCB aposta em técnica de Ultrassonografia Point-of-Care

O Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB) convidou, no passado dia 14 de março, o médico fisiatra e especialista na área da dor crónica, do Hospital de Tomar – CHMT, Simão Serrano, para participar em intervenções dos ortopedistas do CHUCB, Cláudia Santos e Diogo Pascoal, as quais tinham por base a ablação neurológica da dor em articulações, através de técnicas de Ultrassonografia Point-of-care (POCUS), mais especificamente neurossonografia.

O objetivo contínuo é aperfeiçoar a prática clínica, com recurso a meios “cada vez mais avançados e menos invasivos”.

De acordo com o comunicado do CHUCB, a iniciativa “veio contribuir para que os cirurgiões ortopédicos possam fazer abordagens ecográficas ainda mais precisas, em torno de estruturas anatómicas mais exíguas e pormenorizadas, minimizando riscos para os doentes e proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida”.

Sendo estas técnicas vantajosas na redução e até mesmo eliminação da dor, nomeadamente da dor articular, o médico Simão Serrano considera que neste contexto “é hoje possível eliminar a dor de uma articulação, por exemplo de um punho, ombro, joelho ou anca, localizando através da ecografia os nervos periféricos, isto é, os nervos que levam a informação da dor ao cérebro, e inutilizando-os por radiofrequência térmica ou crioablação, o que permite atuar apenas na dessensibilização da dor, sem interferir com a função sensitiva ou motora do doente”.

Após este tratamento não existe qualquer limitação de movimentos ou restrição de atividades.

Segundo a ortopedista do CHUCB, Cláudia Santos, nas intervenções por ela conduzidas, foi feita uma “abordagem do punho e mão, com recurso a este meio, nomeadamente, bloqueios de nervos periféricos, suplementações de túneis cárpicos e suplementações articulares, inclusive da articulação do polegar (rizartrose), uma doença muito frequente na população”.

Já as intervenções do ortopedista Diogo Pascoal visaram “aumentar a precisão da suplementação articular da anca e o tratamento da dor crónica do joelho, eliminando a dor mas preservando as funções destas articulações e diminuindo riscos ou efeitos secundários”.

O CHUCB salientou ainda que a melhoria dos resultados finais, proporcionada por estas técnicas, “representa uma solução para muitos doentes, que, por algum motivo, não têm indicação ou condições para se submeterem a uma cirurgia mais complexa e desta forma conseguem eliminar a dor, preservando a mobilidade e a sensibilidade”.

ATEHP – Processo Eleitoral para Eleição dos Órgãos Sociais para o biénio 2023-2024

 

MAILLING ENVIADO AOS ASSOCIADOS

Estimado(a) Associado(a) da ATEHP

Coimbra, 04 de abril de 2023

Conforme divulgado através da comunicação oportunamente enviada por email, encontramo-nos em pleno Processo Eleitoral da ATEHP para o biénio 2023-2024.

Informamos que dentro do prazo estabelecido no cronograma eleitoral apenas se candidatou ao próximo mandato a lista apresentada pela atual Direção.

Dando cumprimento ao estatutariamente previsto e de acordo com o aprovado em recente Reunião dos Corpos Sociais, remetemos em anexo:

– Lista A: composição e programa de ação
– Convocatórias para a Assembleia Geral Ordinária 2023 e Assembleia Geral Eleitoral (no verso deste ofício)
– Boletim de Voto
– Envelope para colocação do Boletim de Voto

Assim, no próximo dia 28 de abril, conforme Convocatórias constantes no verso deste ofício, terão lugar na Sede da Associação, no Edifício DRC/SUCH Centro, sito à Rua dos Ratinhos, s/n – Trouxemil – Coimbra, pelas 14:30 horas, a Assembleia Geral Ordinária 2023 e, pelas 15:30 horas, a Assembleia Geral Eleitoral. Vimos, por isso, convidá-lo(a) a participar nestas Assembleias, seja presencialmente, ou remotamente, através de link que oportunamente enviaremos.

No que diz respeito ao ponto 2., da Convocatória para a Assembleia Geral Eleitoral, conforme estatutariamente estabelecido, os associados dos tipos A e B poderão participar na votação nos termos de uma das seguintes modalidades:

– Presencialmente;

– Por delegação: o associado representado deverá enviar um email ao associado representante e/ou ao Secretariado da ATEHP ([email protected]), indicando o seu nome e nº de associado, bem como o nome e nº do associado seu representante;

– Por correio: basta colocar o Boletim de Voto, com a votação que entender, dentro do envelope pequeno que agora remetemos (fechado, sem anotar qualquer nome ou referência), o qual deverá ser depois colocado num outro envelope, que deverá identificar no remetente – para efeitos de descarregamento do voto nos cadernos eleitorais – com o seu nome nº de associado e remetido por correio para:

Associação de Técnicos de Engenharia Hospitalar Portugueses
Rua dos Ratinhos, s/n – Trouxemil
3025-258 Coimbra

Realçamos que só serão aceites como válidos os votos chegados até às 12:00 horas do dia 26 de abril.

Findo o ato eleitoral proceder-se-á à contagem dos votos e, conforme o ponto 3. da Convocatória,  será dada posse aos novos Corpos Sociais, então eleitos para o mandato do biénio 2023-2024.

Certos do vosso empenho e no intuito de, todos juntos, tornarmos a ATEHP cada vez maior e mais forte, remetemos as mais fraternais saudações associativas

 

Pel’A Direção da ATEHP
Eng. António de Oliveira Ribeiro
(Presidente da Direção)

CRONOGRAMA ELEITORAL

CONVOCATÓRIAS AG ORDINÁRIA E AG ELEITORAL

ULS da Figueira da Foz deverá ser criada este ano

Uma Unidade Local de Saúde (ULS) na área geográfica da Figueira da Foz vai ser criada “ainda este ano”, juntando-se às outras oito já em funcionamento no país, anunciou o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, durante as cerimónias de comemoração do 51º aniversário do Hospital Distrital da Figueira da Foz.

“Temos um novo desafio que hoje gostaria de destacar, que é criarmos nesta zona geográfica, neste território, uma Unidade Local de Saúde, para podermos, de forma mais integrada, mais organizada e mais colaborativa, responder a necessidades de toda a nossa população”, afirmou.

Na sua intervenção, Ricardo Mestre evidenciou que a criação desta ULS faz parte da lógica de gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que pretende potenciar, concentrando a gestão administrativa e clínica e desconcentrando a prestação dos cuidados.

“Esse é claramente um modelo organizacional que poderá ter muito sucesso e que poderá ser, para o resto do país, encarado como de primeiro nível, no sentido de ser exemplar no que podem ser os ganhos que podemos obter através de uma ULS”, acrescentou.

Segundo o governante, a ULS da Figueira da Foz faz parte do pacote das próximas a serem trabalhadas e que se irão juntar às outras oito que o país já tem em funcionamento.

“Será uma Unidade Local de Saúde que beneficiará, certamente, daquilo que são as características desta população, as características do SNS nesta área geográfica, com um ACeS [agrupamento de centros de saúde] e um com conjunto de cuidados de saúde primários fortes, com um hospital com capacidade de resposta resolutiva. Essencialmente, poderá beneficiar de três ou quatro alterações estruturais, que permitirão que esta nova leva de ULS possa responder cada vez melhor à população”, concretizou.

No seu entender, é primordial ter “uma estratificação de risco cada vez mais fino”, que permita conhecer cada vez melhor as necessidades e os riscos da população, de forma que lhe possa ser dada uma resposta mais ajustada.

À margem da cerimónia, Ricardo Mestre referiu ainda que para a criação da ULS da Figueira da Foz será feito, nos próximos meses, um trabalho técnico, que envolverá profissionais de saúde, o hospital, os cuidados de saúde primários, as autarquias e outras forças vivas da comunidade.

“Em resultado deste trabalho será criada a Unidade Local de Saúde ainda este ano”, admitiu.

Aos jornalistas sublinhou ainda que este é “um movimento organizacional do SNS”, que para as pessoas resultará em “cuidados de maior proximidade”.

“O que muda é que o SNS se organiza de uma forma diferente, para, de forma mais articulada, responder àquelas que são as suas necessidades”, concluiu.

Serviço de Pneumologia do CHL realiza Registo de Sono Noturno

O Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) passou a realizar no seu Laboratório do Sono a Polissonografia Nível I (PSG 1), isto é, o Registo Polissográfico de Sono Noturno, nível 1.

De acordo com a técnica de Cardiopneumologia do Laboratório do Sono, Carolina Oliveira, “este exame é realizado durante o sono, em laboratório, indolor e não invasivo, com gravação de áudio e vídeo” e “tem como finalidade avaliar a estrutura do sono através de vários sensores que registam parâmetros neurológicos, respiratórios, cardíacos e movimentos dos membros”.

A PSG Nível 1 é realizada a pessoas maiores de 18 anos e que apresentem dificuldade em dormir ou insónia; dificuldade em permanecer acordado ou hipersónia; existência de episódios de sono em alturas inapropriadas; e episódios comportamentais atípicos durante o sono, tais como movimentos excessivos, dificuldade respiratória, ressonar ou sonambulismo.

Em comunicado, o CHL refere que este mês foi também iniciado o Teste de Latência Múltipla do Sono (TLMS), um exame realizado ao longo de um dia no Laboratório do Sono, que consiste em quatro a cinco sestas, intervaladas por períodos de duas horas em que o utente permanece acordado. Durante as sestas, o utente encontra-se monitorizado, e em cada prova é medido o tempo que demora a adormecer (latência do sono), e se existe a presença do sono REM (fase do sono reparador e de relaxamento muscular).

Os vários exames do sono possibilitam diagnosticar vários tipos de patologias, como a insónia; distúrbios respiratórios do sono, como a apneia do sono; a hipersonolência de causa central, por exemplo, a narcolepsia; distúrbios do ritmo circadiano, como o atraso de fase; as parassónias, por exemplo REM Sleep Behavior Disorder; e distúrbios do movimento relacionado com o sono, como os movimentos periódicos dos membros inferiores.

“Estes estudos do sono (PSG Nível 1 e TLMS) permitem-nos fazer um diagnóstico diferencial das diversas patologias do sono, o que possibilita consequentemente a redução de acidentes rodoviários, o aumento da produtividade laboral, a diminuição do risco de doença cardiovascular, a prevenção do desenvolvimento de perturbações, como a ansiedade e a depressão, e de doenças neurodegenerativas”, destacou Carolina Oliveira

De acordo com a técnica, na vertente mais prática o utente evita a deslocação a outros hospitais afastados da área de residência.

O Laboratório do Sono abriu a sua atividade em 2016, com o objetivo de diagnosticar patologias relacionadas com o sono, executando desde o início polissonografias de nível III e IV e, em 2021, também começou a efetuar a polissonografia de nível II. Conta com uma equipa composta por cinco técnicas de cardiopneumologia e uma médica pneumologista, contando ainda com a colaboração, desde março de 2023, de uma médica neurologista e de uma técnica de neurofisiologia.

HESE implementa modelo de referenciação para centros de saúde

Os utentes da cidade de Évora que se dirijam ao Serviço de Urgência do Hospital de Espírito Santo de Évora (HESE) a partir do dia 20 de março, e que após a triagem lhes seja atribuída cor azul (não urgentes) ou verde (pouco urgentes), poderão optar por uma consulta na sua unidade de saúde familiar.

De acordo com o HESE, a consulta é agendada de imediato diretamente pelo hospital, bastando ao utente dirigir-se ao seu centro de saúde, com a documentação que lhe será entregue, ficando isentos do pagamento da taxa moderadora no serviço de urgência.

Desta forma, e se for essa a sua opção, o utente assegura, num curto espaço de tempo, um atendimento adequado e personalizado na sua unidade de saúde, evitando tempos de espera no serviço de urgência do hospital.

O comunicado refere, ainda, que a Administração Regional de Saúde do Alentejo, o Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central e o HESE irão implementar este modelo de referenciação em articulação, o primeiro a decorrer no Sul do país.

Governo investe 20ME em obras e equipamentos para 25 blocos de parto

Vinte e cinco blocos de parto vão receber 20 milhões de euros do Governo para obras e equipamentos, alguns dos quais a comissão de peritos admitia que encerrassem, como os do Barreiro e da Póvoa do Varzim.

Segundo a informação divulgada pela direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a maior fatia dos 20 milhões – uma verba que duplicou, tal como tinha anunciado no início do mês o ministro da Saúde – vai para o Hospital de Santa Maria, que receberá mais de três milhões de euros.

Entre as unidades selecionadas, das 33 candidaturas, estão os blocos de parto do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, que receberá 836 954 euros, e o Centro Hospitalar Póvoa Varzim/Vila do Conde (520 688 euros), que eram dois dos hospitais com cuidados de ginecologia e obstetrícia que a comissão de peritos admitia que podiam encerrar “temporariamente ou definitivamente”, por apresentarem dificuldades nas equipas.

Quando foi ouvido em janeiro na Comissão Parlamentar de Saúde, o coordenador da Comissão de Acompanhamento de Resposta em Urgência de Ginecologia, Obstetrícia e Bloco de Partos, Diogo Ayres de Campos, disse que o relatório elaborado pelos peritos e entregue à tutela era “um documento técnico” para a criação da rede de referenciação hospitalar nesta área, que ainda seguiria para discussão pública.

Nas declarações aos deputados, explicou que, no final do documento havia uma lista de seis hospitais com cuidados de ginecologia e obstetrícia (Castelo Branco, Guarda, Famalicão, Póvoa de Varzim, Barreiro e Vila Franca de Xira) que, por apresentarem dificuldades nas equipas, nomeadamente falta de profissionais, se admitia que pudessem encerrar “temporariamente ou definitivamente” se tal não implicasse riscos adicionais do ponto de vista técnico.

De acordo com a informação agora divulgada pela direção executiva do SNS, foram selecionadas para este investimento 25 instituições, correspondendo a um total de 20 661 174,16 euros (com IVA), sendo que 661 174,16 euros “correspondem a apoios externos que as candidaturas obtiveram, nomeadamente de autarquias e outras entidades”.

A nota acrescenta que foram submetidas candidaturas referentes a projetos de 33 instituições hospitalares com blocos de parto e sublinha que, em relação aos hospitais do SNS potencialmente elegíveis, 89 por cento concorreram. Já os blocos de partos que não concorreram “possuem projetos já iniciados ou a iniciar, com financiamento associado a partir de outros programas”.

Os valores das propostas corresponderam a cerca de 36 milhões de euros, metade dos quais para renovação das infraestruturas e o restante para equipamento médico.

As despesas elegíveis no âmbito deste programa incluíam aquisição de equipamentos para os blocos de parto e de serviços, nomeadamente estudos e projetos de intervenção infraestrutural nos blocos de parto e intervenções infraestruturais para cumprimento dos programas funcionais aprovados, explica a nota.

Depois de Santa Maria, as unidades que mais verbas recebem são o Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), com mais de 2,8 milhões de euros, e o Centro Hospitalar Lisboa Central (Maternidade Alfredo da Costa), com quase dois milhões.

Entre as várias unidades selecionadas estão ainda os centros hospitalares de Lisboa Ocidental (Hospital São Francisco Xavier) e do Algarve, cada um deles receberá mais de 1,4 milhões de euros, e a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, com mais de 1,1 milhões.

As unidades locais de saúde de Matosinhos (943,6 mil euros) e de Castelo Branco (mais de 737 mil euros), assim como os centros hospitalares do Oeste (401 mil), Leiria (467 mil) e Vila Nova de Gaia/Espinho (255 mil) também vão entrar em obras.

A lista contempla também, entre outros, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (587 mil euros), o Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (219 mil) e o Hospital Garcia de Orta (380 mil).

No comunicado, a direção executiva do SNS refere que esta “é uma aposta séria” na qualificação das infraestruturas e dos respetivos equipamentos dos blocos de parto e garante que será realizada ainda este ano.

Projeto telemonitoriza doentes crónicos do Pinhal Interior Norte

O projeto “S@úde+Perto”, promovido pela Fundação de Nossa Senhora da Guia, quer, através da telemonitorização, reduzir o recurso às urgências e aumentar a qualidade de vida de doentes crónicos do Pinhal Interior Norte.

“O grande objetivo deste projeto é apostar na prevenção a montante do processo e prevenir a agudização do doente crónico, evitando que ele recorra, como recorre nos dias de hoje, a episódios de urgência, internamentos hospitalares, prejudicando o estado de saúde da pessoa, saturando o sistema hospitalar e também depois todos os efeitos colaterais, desde a vida dos cuidadores informais aos cuidadores formais, [ou o] transporte de doentes”, afirmou o coordenador do “S@úde+Perto”, Luís Fareleiro.

Segundo Luís Fareleiro, membro dos órgãos sociais da fundação, que detém o hospitalar de Avelar, é esta abrangência que se pretende provar no final do projeto: “apostar na prevenção, telemonitorizar os doentes, reduz a pressão no sistema” de saúde.

O projeto arrancou em junho de 2022 e terminava no mês de junho de 2023. Resultou de uma candidatura ao programa Portugal Inovação Social, num investimento de 302 225 euros que tem como investidores sociais as Câmaras de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande (distrito de Leiria), e Penela (Coimbra).

Entretanto, beneficiou de um apoio de 75 mil euros no âmbito do Prémio Seniores, do BPI e Fundação “la Caixa”, que vai permitir prolongar a iniciativa até ao final de 2024.

O projeto passa pela inscrição numa plataforma de doentes crónicos com mais de 65 anos daqueles seis concelhos. Os algoritmos que estão na plataforma gerem a informação recolhida através de dispositivos de medição, que estão nos lares, com a equipa que está a fazer medições, os cuidadores ou o próprio doente.

A plataforma gera depois alertas que são monitorizados por uma equipa de dez enfermeiros e dois médicos do hospital de Avelar.

Atualmente com 120 inscritos, doentes crónicos que estão em lares, o projeto quer chegar aos 500 até junho, incluindo pessoas autónomas, que vivam com cuidadores ou em casa de familiares.

Os dados já recolhidos, desde novembro de 2022, permitem aferir que “a diabetes, até fruto do tipo de doente que está a ser telemonitorizado, é a prevalência principal, seguido da insuficiência respiratória”, precisou Luís Fareleiro.

“Registámos 232 alertas dentro da plataforma e estes alertas são, sobretudo, na área da diabetes. (…) Na área da diabetes, 148 alertas levaram a um ajuste da medicação do doente, 16 levaram a um ajuste do protocolo clínico e seis levaram ao encaminhamento para o médico responsável”, declarou o gestor.

Luís Fareleiro realçou que, dos alertas, “a grande maioria foi gerida pela equipa de enfermagem e apenas sete resultaram em intervenção médica e nenhum destes alertas originou o encaminhamento para as urgências hospitalares”.

Insuficiência cardíaca crónica, doença pulmonar obstrutiva crónica, diabetes ou hipertensão estão entre as doenças analisadas, sendo usados “vários dispositivos diferentes de medição de sinais biomédicos” (oxímetro, tensiómetro, glucómetro, balança, termómetro, entre outros).

De acordo com o coordenador, no início do projeto, foi feita uma “análise dos dados da recorrência aos serviços do Centro Hospitalar e Universitário em Coimbra (CHUC) por parte da população com mais de 65 anos” destes seis municípios, concluindo que “6 661 pessoas [de um universo acima de 11 mil pessoas a partir daquela idade] recorreram em 2019 a episódios no CHUC, num total de 27 775 interações, especificando com 7 565 idas à urgência e 15 278 dias de internamento.

A análise compreendeu também uma avaliação financeira.

“Só esta interação destes 6 661 doentes com o CHUC representa um valor aproximado de oito milhões de euros. Se nós conseguimos gerar uma poupança de 20 por cento, estamos a falar de indicadores que apontarão uma poupança de 1,6 milhões de euros”, assinalou, “ressalvando que não será uma poupança imediatamente direta”, porque estes serviços de telemonitorização também têm de ser financiados.

Ainda assim, o coordenador considerou que, “muito facilmente, só neste território”, se conseguiria “uma poupança de um milhão de euros, melhorando a qualidade de vida dos utentes, retardando a sua agudização – permanecerão mais tempo saudáveis – e, no fundo, com a poupança direta para os custos gerais do Serviço Nacional de Saúde, neste caso concreto dos cuidados hospitalares”.

Norma sobre Cuidados Respiratórios Domiciliários atualizada

A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou uma atualização da Norma nº 021/2011 de 28/09/2011 sobre a aerossolterapia por sistemas de nebulização à luz da disponibilidade de novos dispositivos para prescrição no âmbito dos cuidados respiratórios domiciliários.

Esta Norma revê as indicações clínicas para a utilização prolongada destes dispositivos em ambulatório e vem alargar o acesso dos doentes com Fibrose Quística ao tratamento, nas situações que requerem mais do que um nebulizador.

Atendendo à complexidade dos sistemas de nebulização, a DGS apresenta recomendações práticas de suporte à decisão clínica, de modo a auxiliar a prescrição do dispositivo mais adequado a cada doente.

Perante a diversidade de dispositivos e técnicas associadas, a DGS reforça a importância de capacitar as pessoas que necessitam destes tratamentos durante longos períodos da sua vida, por forma que lhes seja assegurado um acompanhamento frequente e em proximidade.

Nesse sentido, a presente Norma vem recomendar avaliações frequentes da adesão ao tratamento e da execução das técnicas de nebulização, assim como um vasto conjunto de serviços a prestar pelas entidades prestadoras de cuidados técnicos respiratórios domiciliários ao doente e ao cuidador.