Apresentado Plano Nacional de Saúde 2021-2030

O Plano Nacional de Saúde (PNS) 2021-2030, apresentado no dia 7 de abril, no âmbito do Dia Mundial da Saúde, pela diretora executiva Fátima Quitério, tem, pela primeira vez, um horizonte a dez anos – de 2021 a 2030. O último foi de 2011 a 2016, com extensão a 2020.

O PNS 2021-2030 coloca o foco principal na Agenda das Nações para a Construção do Desenvolvimento Sustentável, e tem como mote uma “Saúde Sustentável: de tod@s para tod@s onde ganham também relevância “os problemas ligados às alterações climáticas ou às infeções com potencial pandémico ou as catástrofes naturais”.

No plano é referido que este PNS “é mais do que um documento”, é um processo participativo, cocriativo, estruturado e integrador” que parte da identificação conjunta das principais necessidades e expectativas de saúde da população residente em Portugal, e que seleciona “estratégias de intervenção mais adequadas”.

De acordo com a Direção-Geral da Saúde, esta é uma nova tipologia de problemas de saúde que coloca no mesmo patamar de relevância para a intervenção “não só as doenças crónicas (tumores malignos, doenças cerebrocardiovasculares, do foro da saúde mental e outras), mas também problemas atualmente de baixa magnitude, mas com elevado potencial de risco, como a mortalidade infantil ou as doenças preveníveis pela vacinação, que estão hoje controladas, mas que podem voltar a ascender”.

O PNS, que parte da identificação das principais necessidades e expectativas de saúde da população, define as estratégias de intervenção mais adequadas, tendo em vista o alcance de objetivos de saúde sustentável para Portugal, visando, entre outros, a redução das iniquidades.

O PNS 2021-2030 apresenta dez recomendações:

  1. A sua implementação através da participação e das ações “de tod@s para tod@s”;
  2. A sua utilização como um instrumento de alinhamento e de governação em saúde;
  3. A articulação, de um modo integrado, com o planeamento em saúde de nível subnacional;
  4. A adoção de uma nova tipologia de problemas de saúde;
  5. A aplicação de um novo paradigma na abordagem dos problemas de saúde e na intervenção em saúde;
  6. A valorização da informação, da comunicação, da ciência, do conhecimento e da inovação;
  7. A ação trans e multissectorial sobre os determinantes demográfico-sociais e económicos, como fundamental para o alcance de saúde sustentável;
  8. O reforço do investimento, pela sua importância crescente, nos determinantes relacionados com o sistema de saúde e a prestação de cuidados de saúde;
  9. O desenvolvimento de uma nova abordagem ao financiamento e contratualização em saúde;
  10. A construção de um “Pacto Social para a Década”, centrado na saúde sustentável e na redução das iniquidades em saúde.

HFZ-Ovar cria medida pioneira para gestão do bloco operatório

O Hospital Dr. Francisco Zagalo – Ovar (HFZ-Ovar) implementou o agendamento “on time” das cirurgias na especialidade de urologia, uma medida pioneira “com ganhos consideráveis” no processo de gestão do bloco operatório.

De acordo com a diretora do Serviço de Gestão e Admissão de Doentes do HFZ-Ovar, Catarina Meneses, “esta é, no fundo, uma solução mais sustentável que recorre à racionalização de recursos”.

“Os utentes saem da consulta já com todos os exames e cirurgias marcados, podendo até acompanhar este agendamento no Portal do Utente”, refere.

De acordo com a responsável, em termos operacionais este procedimento aporta ganhos de gestão do processo, “que se torna mais ‘cleen’, fluído, previsional e centralizável”, evitando cancelamentos e adiamentos de cirurgias e otimizando, assim, a própria gestão do bloco operatório.

“Por outro lado, é bom para o utente, já que este se organiza pessoal e profissionalmente, tendo a intervenção cirúrgica menos impacto na sua atividade profissional e, do ponto de vista emocional, este processo permite também gerir a natural ansiedade relacionada com a cirurgia”, sublinhou Catarina Meneses.

Para a responsável, este é “um passo importante” e surge na lógica de modernização do Serviço Nacional de Saúde, “aproximando-o, cada vez mais, das pessoas e centrando-o no utente”.

A responsável médica dos serviços cirúrgicos e do bloco operatório, Eulália Sá, é a primeira a reconhecer a importância da medida que resulta de “um processo organizacional diferente” iniciado quando assumiu as novas funções, em novembro de 2021.

“Estamos a facilitar a vida aos doentes e a nossa organização interna é, agora, substancialmente melhor. Já conseguimos esgotar a lista de espera em urologia, mas o objetivo é fazê-lo em todas as especialidades”, salientou.

Segundo o urologista Carlos Ferreira, esta nova estratégia representa uma mais-valia processual, pois é possível prever a data de uma cirurgia e até agendá-la com maior precisão.

Centro de Saúde de Odemira inicia processo de descentralização

O processo de descentralização de análises clínicas nos Centros de Saúde foi iniciado no passado dia 14 de março em Odemira.

Este novo serviço, funcionando como piloto no Centro de Saúde de Odemira, reforça a estratégia da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA) em aumentar a carteira de serviços em cada um dos cinco concelhos da região.

Assim, de acordo com a ULSLA, foi instalado um posto de colheitas no Centro de Saúde de Odemira (provisório até à conclusão das obras de reabilitação do edifício), que funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 8 às 11 horas, mediante marcação prévia.

A gestão do serviço é assegurada pelo Serviço de Patologia Clínica da ULSLA, que afeta ao seu funcionamento uma Técnica Superior de Diagnóstico e Terapêutica – Análises Clínicas, e que, em breve, se expandirá para Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines.

Segundo o Conselho de Administração, a ULSLA está determinada em implementar projetos que contribuam para minimizar a dispersão geográfica do território.

HFZ-Ovar tem solução inovadora para processo de esterilização

O Hospital Dr. Francisco Zagalo – Ovar (HFZ-Ovar) já tem em funcionamento desde janeiro o “SteriTrace”, uma solução inovadora que permite a informatização e monitorização de controlo da qualidade do processo de rastreabilidade do instrumental cirúrgico, que garante o rastreio e a segurança no processo de esterilização.

“A Unidade de Reprocessamento de Dispositivos Médicos tem uma importância vital na distribuição de instrumental cirúrgico sem risco de contaminação”, afirmou o presidente do Conselho Diretivo do HFZ-Ovar, Luís Miguel Ferreira.

Segundo o responsável, é necessário executar este processo, mantendo “todos os registos dos ciclos de esterilização e identificar cada item, utilizando uma tecnologia que garanta a necessária precisão neste processo crítico para a atividade”.

O “SteriTrace” – desenvolvido pela empresa BIQ – Health Solutions – monitoriza todas as fases do ciclo de reprocessamento dos instrumentos cirúrgicos, processo de esterilização, com uma dinâmica e interface inovadora que permite ao profissional o acompanhamento de cada momento do ciclo.

Esta solução garante o protocolo de validação das medidas de qualidade, em conformidade com os parâmetros usados pelo hospital. Uma das suas principais vantagens tem a ver com a eficiência, onde sobressai o facto de o processo ser informatizado, a validação do instrumental cirúrgico é realizada e o processamento ser efetuado sem recurso a “check-list” intermináveis em papel, uma vez que é possível validar toda a informação sem necessidade de imprimir qualquer informação.

De acordo com o HFZ-Ovar, o projeto “Hospital do Futuro: A interoperabilidade digital”, que enquadra esta solução, foi cofinanciado pelo SAMA2020: Sistema de Apoio à Modernização e Capacitação da Administração Pública (POCI-05-5762-FSE-000265), visando reforçar a capacidade institucional e uma administração pública eficiente.

ACES do Porto Oriental tem novo sistema de atendimento

O sistema call back, que permite devolver chamadas não atendidas, entrou em funcionamento esta sexta-feira nas dez unidades do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Porto Oriental, tendo, no período experimental, alcançado taxas de atendimento na ordem dos 90 por cento.

De acordo com o diretor executivo do ACES Porto Oriental, Álvaro Pereira, “com esta ferramenta, a chamada é devolvida ao utente e essa pequena nuance permite que, no fundo, o secretário [da unidade de saúde] consiga organizar o seu tempo de forma a conseguir atender os utentes presencial e devolver a chamada”.

O sistema que entrou agora em funcionamento no ACES Porto Oriental estava a ser testado em cinquenta unidades de saúde da área da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), onde o projeto arrancou, com resultados muito promissores.

“Nós passámos de uma taxa de eficácia de atendimento de 10 por cento a 20 por cento para uma taxa [média] de 80 por cento a 90 por cento. Na maioria dos dias é de 100 por cento”, observou, clarificando que os dados indicados foram recolhidos durante o período experimental do sistema.

A aplicação permite também substituir o atendimento presencial por uma gravação que coloca à disposição do utente um conjunto de opções, tais como, marcação de consulta do dia ou consulta programada ou renovação receitas, entre outros. Quando a opção é selecionada pelo utente, a aplicação procede então à gravação do número que fez o contacto, gerando depois uma tarefa (ordenada pela hora da chamada e pelo motivo).

Através dessa mesma aplicação, explicou o responsável, é feita uma chamada “no mais breve tempo possível” para o utente.

De acordo com o dirigente, “na próxima semana, (o sistema) vai ser implementado no ACES da Póvoa/Vila do Conde. Depois na semana a seguir para o ACES Gerês/Cabreira. A ideia é um agrupamento por semana, e espera-se que no espaço de três meses, é esse o plano, toda a Região Norte esteja coberta com esse sistema”.

Hospital de Ovar desmaterializa registos no Bloco Operatório

A plataforma Patient.Care (BSIMPLE), recentemente instalada no Hospital Dr. Francisco Zagalo – Ovar (HFZ-Ovar), permite desmaterializar os registos no Bloco Operatório, aprofundando, desta forma, o processo que decorre nesta unidade no âmbito do projeto HOSP: Hospital de Ovar sem Papel.

“Este projeto em concreto consiste na adoção de uma solução informática que visa estender o nosso processo de desmaterialização ao ambiente do bloco operatório”, disse o presidente do Conselho Diretivo do HFZ-Ovar, Luís Miguel Ferreira.

“Pretende-se com esta aplicação dotar o serviço de anestesiologia de um registo clínico que, de uma forma automatizada, recolhe dados dos diferentes dispositivos existentes, facilitando a prática clínica aos profissionais de saúde”, salientou a responsável médica do Bloco Operatório e Serviços Cirúrgicos, Eulália Sá.

Este sistema – desenvolvido em colaboração com equipas médicas e de enfermagem – destaca-se pela forma como trata e apresenta os dados clínicos e administrativos; pela facilidade de adaptação e parametrização; pela interoperabilidade com os vários dispositivos e sistemas existentes; e pela capacidade em se adaptar a novas realidades que surjam no dia-a-dia do contexto cirúrgico.

A facilidade com que se consegue obter relatórios estatísticos, que tanto servem para a gestão, estudos clínicos, publicações ou controlo de diferentes áreas da unidade, são também uma mais-valia desta plataforma.

CHTS descentraliza consulta de Urologia

O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) arrancou com a Consulta Hospitalar Descentralizada na Unidade de Saúde de Cinfães, um projeto partilhado com o Agrupamento de Saúde do Tâmega I – Baixo Tâmega (ACES Tâmega I) e a Câmara Municipal de Cinfães.

O projeto tem como objetivo melhorar a acessibilidade e qualidade assistencial aos utentes deste concelho.

Com esta articulação entre os serviços torna-se possível a resposta imediata no agendamento de consulta a realizar por especialistas médicos e de profissionais de enfermagem, assim como todas as sessões de Hospital de Dia, nomeadamente cuidados de saúde urológicos, pensos cirúrgicos, administração de fármacos, incluindo oncológicos.

A descentralização da consulta da especialidade de urologia pretende ser uma resposta eficaz à melhoria da acessibilidade dos utentes aos cuidados hospitalares, assim como experiência para potenciar uma maior descentralização das consultas hospitalares das diferentes especialidades médicas.

O CHTS integra os hospitais de Penafiel e Amarante, servindo uma população de cerca de 500 mil habitantes, de 12 concelhos, em quatro distritos.

CHUCB investe na desmaterialização de processos da área financeira

Desmaterializar processos e aumentar a produtividade dos Serviços Financeiros do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB), automatizando tarefas repetitivas e sem valor humano acrescentado, são os grandes objetivos do “Projeto SmartFin”, em curso na instituição.

Este projeto conta com a implementação de uma solução robótica para a automatização de processos (RPA – Robotic Process Automation) na referida área, e ainda com uma ferramenta para a gestão de processos de negócio (BPM – Business Process Management), que permite o mapeamento eficaz de todos os processos, fluxos de trabalho e otimização de serviços.

De acordo com o CHUCB, entre os processos de trabalho a realizar pelo RPA destacam-se os seguintes: pedido e atribuição de compromisso automático entre o Sistema de Gestão Integrado do Circuito de Medicamentos (SGICM) e o Sistema de Informação Centralizado de Contabilidade e Gestão Financeira (SICC); lançamento automático de faturas em conferência/conferidas de SGICM para SICC; circuito de requisições extra SGICM; circuito de aprovação de faturas extra SGICM; controlo de faturação às seguradoras (controlo da recolha de informação, controlo da autorização da seguradora e controlo da refaturação); lançamento automático de faturas por centro de custo, entre outros.

O valor total do investimento aprovado em 132 mil euros, teve um apoio do Fundo de Desenvolvimento Regional no montante de 112 mil euros.

Serviço de Imagem Médica do CHUC certificado pela DGS

O Serviço de Imagem Médica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) foi certificado pela Direção-Geral de Saúde (DGS), através da agência internacional ACSA.

Para o diretor do Serviço de Imagem Médica, Paulo Donato, “a atribuição desta certificação resulta de um longo processo de melhoramentos introduzidos no serviço e marca o início de uma nova fase com a responsabilidade de melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados”.

De acordo com o responsável, o Serviço de Imagem Médica tem uma atividade verdadeiramente global na radiologia, com uma resposta cada vez mais diferenciadora, “muito fruto do trabalho conjunto entre as várias especialidades médicas e cirúrgicas”.

“O serviço tem incorporado todas as novas técnicas de radiologia e radiologia de intervenção, tendo como objetivo principal a melhor assistência ao doente, o que tem sido alcançado e agora reconhecido com a certificação atribuída”, referiu ainda Paulo Donato.

O Serviço de Imagem Médica é um serviço hospitalar universitário com fortes componentes assistenciais – dispondo de 12 ecógrafos, 14 salas de radiologia, sete tomografias computorizadas, três ressonâncias magnéticas, dois angiógrafos e dois mamógrafos – e de ensino, acolhendo atualmente três disciplinas no Mestrado Integrado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

A atividade do serviço desenvolve-se em múltiplas áreas e vertentes, com presença física assegurada de forma contínua no Serviço de Urgência, que passa também pela resposta permanente da Radiologia Pediátrica, da Radiologia de Intervenção e da Neurorradiologia de Intervenção, em associação com a investigação clínica produzida e plasmada através de múltiplas publicações científicas.

A resposta assistencial é dada por 299 profissionais, sendo que destes 53 são médicos especialistas – 34 radiologistas e 18 neurorradiologistas –, 16 são médicos internos de radiologia e cinco de neurorradiologia, 95 são técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, 28 são enfermeiros, 22 são assistentes técnicos e 80 são assistentes operacionais.

Região Norte tem mais 18 Unidades de Saúde Familiar modelo B

A região Norte tem mais 18 Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B, assente em incentivos financeiros por objetivos, num total de 177, abrangendo uma população inscrita estimada de cerca de 2,2 milhões de cidadãos.

De acordo com o despacho, nº 12854-G/2021, de 30 de dezembro, da Ministra da Saúde, mais 18 USF, modelo A, transitam para modelo B, na Região de Saúde do Norte, desde o dia 1 de janeiro do ano em curso.

“Assim, na região Norte, a partir desta data, passam a existir 177 USF Modelo B (56,4 por cento do total de USF Modelo B do país) que terão uma população inscrita, estimada, de cerca de dois milhões e 200 mil cidadãos, 58,5 por cento da população nortenha”, afirmou em comunicado a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.

As USF são pequenas equipas que se auto-organizam e subscrevem um compromisso de prestação de serviços de elevada qualidade com as populações nelas inscritas, através do respetivo Agrupamento de Centros de Saúde. Tal compromisso abrange as áreas da acessibilidade, continuidade e globalidade dos cuidados de saúde, com eficiência, prestação de contas e avaliação.

As USF podem candidatar-se a um sistema remuneratório específico sensível ao desempenho, que remunera de forma positiva, quer o aumento dos cidadãos inscritos, quer o cumprimento das atividades a que estão obrigados no âmbito dos compromissos assumidos.

De salientar que o número agora anunciado (mais 18 USF modelo B) corresponde à maior transição verificada, desde 2009, nesta Região de Saúde.

A ARS do Norte realçou também que, recentemente, foram criadas, e já se encontram em funcionamento, mais cinco novas USF (modelo A) – Afurada; Foz do Minho; Homem do Leme; São Geraldo e São Tiago –, sendo que, também nesta data e neste modelo, existem 97 unidades neste modelo com cerca de 792 mil utentes inscritos.

Com estas novas USF, no total, na região Norte há quase três milhões de cidadãos inscritos em USF, 79,6 por cento.

O Despacho n.º 12854-G/2021 pode ser consultado AQUI.