São João implementa plataforma de apoio à decisão clínica

O Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) implementou um novo software de apoio à decisão clínica que pretende reduzir assimetrias nos cuidados prestados entre diferentes profissionais, reduzir o consumo de exames complementares de diagnóstico inadequados, aumentar a celeridade da resposta e a comodidade dos utentes.

Criado em parceria com uma startup de médicos portugueses e pensado para a realidade do Serviço de Urgência, este projeto promete facilitar a integração dos médicos que todos os anos chegam ao CHUSJ para continuarem a sua formação, e foi iniciado no Serviço de Urgência Pediátrico e no Serviço de Urgência de Adultos.

De acordo com o fundador do projeto, Tomás Pessoa e Costa, “esta ferramenta concentra todo o saber médico e, sendo colaborativa, vai evoluindo com a medicina à medida que os seus utilizadores introduzem informações de maneira a poder facultar aos médicos a melhor recomendação, baseada na evidência clínica e nas contribuições que os médicos vão introduzindo diariamente”.

De acordo com Tomás Pessoa e Costa, o objetivo desta plataforma é apoiar o exercício da prática médica através das diversas ferramentas concebidas para o efeito, nomeadamente através de um chatbot suportado em algoritmos que orientam o clínico ao longo de toda a consulta.

Os diretores dos Serviços de Urgência Pediátrica e Cirurgia Geral, Ruben Rocha e Elisabete Barbosa, consideram esta plataforma importante para a garantia do acesso da informação médica atualizada, evitando, assim, erros de articulação entre os membros das equipas clínicas.

Ginecologia e Obstetrícia do HDS tem nova técnica cirúrgica

A equipa de Uroginecologia do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Distrital de Santarém (HDS) iniciou, no passado dia 3 de maio, uma nova técnica cirúrgica denominada histerectomia vNotes.

Para a realização das três primeiras cirurgias, a equipa contou com a presença do Professor JF Baekelandt do Departement of Obstetrics and Gynaecology do Imelda Hospital, situado em Bonheiden, Bélgica, e detentor de uma vasta experiência nesta técnica.

Segundo a ginecologista responsável pela Consulta de Uroginecologia do HDS, Margarida Estrela, a histerectomia vNotes é uma técnica minimamente invasiva que utiliza um orifício natural (vagina) para aceder ao órgão a operar (útero) por via laparoscópica (sem a incisão inerente a uma cirurgia “aberta”).

De acordo com a médica, “esta técnica é muito vantajosa para as doentes pela inexistência de cicatrizes, pela significativa redução da dor no pós-operatório e no tempo de internamento”.

Esta técnica permite um regresso célere ao domicílio, assim como uma rápida recuperação à vida familiar, laboral e social das utentes, referiu a ginecologista. Também para o cirurgião o posicionamento durante a cirurgia é muito mais confortável e ergonómico, comparativamente à laparoscopia clássica.

“O contributo do Professor JF Baekelandt foi inestimável e permitiu incentivar, aconselhar e complementar a formação realizada (curso prático em modelo) por dois ginecologistas em outubro de 2021, o que permitiu que as cirurgias realizadas tivessem sido um êxito”, destacou.

Margarida Estrela sublinhou que a introdução e desenvolvimento desta técnica foi possível após a apresentação do projeto à Direção Clínica e ao Conselho de Administração do HDS, que o apoiaram desde o início, assim como a aprovação da aquisição do material necessário para este tipo de cirurgia.

CHMT passa a garantir todos os exames de Imagiologia Cardíaca

O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) passou a realizar, nas suas instalações, todo o tipo de exames imagiológicos de diagnóstico, avaliação e tratamento de doentes com patologia cardíaca e cardiovascular.

O CHMT investiu mais de três milhões de euros na aquisição e reforço de equipamentos de Imagiologia – dos quais, cerca de 230 mil euros foram investidos em Imagiologia Cardíaca.

O cardiologista do CHMT Davide Severino foi o especialista responsável pela realização do primeiro ecocardiograma de sobrecarga farmacológica realizado nas instalações do CHMT, exame que passará a estar disponível para a avaliação de doentes cardíacos da região do Médio Tejo.

A realização deste tipo de exame complementar de diagnóstico implicava, até agora, a deslocação dos utentes para instituições de saúde privadas com as quais o CHMT tinha celebrado um protocolo de colaboração.

“Sabemos pela realidade das nossas três unidades e também pelo último estudo que caracterizou a população servida pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo, que as doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte da nossa região, à frente da doença oncológica. Com este reforço em meios de diagnóstico, queremos dar um sinal claro à população que servimos: estamos preparados com os melhores profissionais de saúde e equipados com todos os meios de diagnóstico da especialidade de Imagiologia Cardíaca, para levar de mais e melhor saúde para a população do Médio Tejo”, afirmou o presidente do Conselho de Administração do CHMT, Casimiro Ramos.

Todos os exames de diagnóstico no SNS passam a poder ser prescritos eletronicamente

Os médicos de família já podem prescrever todos os meios complementares de diagnóstico e terapêutica, como radiografias ou colonoscopias, por via eletrónica, o que permitiu atingir uma taxa de prescrição de cerca de 85 por cento.

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) anunciaram, em comunicado, que “já é possível a prescrição de todos os meios complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDT), de forma desmaterializada, nos cuidados de saúde primários”, nomeadamente por SMS ou e-mail.

De acordo com os SPMS, desde o dia 1 de abril já foram emitidas mais de 302 mil (302.639) requisições de forma desmaterializada (sem papel), das quais mais de 33 mil no dia 6 de abril.

Os exames médicos desmaterializados abrangem agora todas as áreas, nomeadamente as áreas referentes a endoscopia gastroenterológica, medicina física e reabilitação, pneumologia-imunoalergologia e radiologia.

Os SPMS referem, a título de exemplo, que são abrangidas agora as requisições de radiografias, de TAC, de provas de exercício com avaliação de parâmetros cardiorrespiratórios (em tapete rolante ou bicicleta ergonómica), de testes de alergologia ou de colonoscopias.

Para facilitar a vida ao utente, as requisições emitidas podem ser acedidas na aplicação SNS24 ou na Área Pessoal do Portal SNS24 (sns24.gov.pt) e recebidas através de SMS e email.

Apresentado Plano Nacional de Saúde 2021-2030

O Plano Nacional de Saúde (PNS) 2021-2030, apresentado no dia 7 de abril, no âmbito do Dia Mundial da Saúde, pela diretora executiva Fátima Quitério, tem, pela primeira vez, um horizonte a dez anos – de 2021 a 2030. O último foi de 2011 a 2016, com extensão a 2020.

O PNS 2021-2030 coloca o foco principal na Agenda das Nações para a Construção do Desenvolvimento Sustentável, e tem como mote uma “Saúde Sustentável: de tod@s para tod@s onde ganham também relevância “os problemas ligados às alterações climáticas ou às infeções com potencial pandémico ou as catástrofes naturais”.

No plano é referido que este PNS “é mais do que um documento”, é um processo participativo, cocriativo, estruturado e integrador” que parte da identificação conjunta das principais necessidades e expectativas de saúde da população residente em Portugal, e que seleciona “estratégias de intervenção mais adequadas”.

De acordo com a Direção-Geral da Saúde, esta é uma nova tipologia de problemas de saúde que coloca no mesmo patamar de relevância para a intervenção “não só as doenças crónicas (tumores malignos, doenças cerebrocardiovasculares, do foro da saúde mental e outras), mas também problemas atualmente de baixa magnitude, mas com elevado potencial de risco, como a mortalidade infantil ou as doenças preveníveis pela vacinação, que estão hoje controladas, mas que podem voltar a ascender”.

O PNS, que parte da identificação das principais necessidades e expectativas de saúde da população, define as estratégias de intervenção mais adequadas, tendo em vista o alcance de objetivos de saúde sustentável para Portugal, visando, entre outros, a redução das iniquidades.

O PNS 2021-2030 apresenta dez recomendações:

  1. A sua implementação através da participação e das ações “de tod@s para tod@s”;
  2. A sua utilização como um instrumento de alinhamento e de governação em saúde;
  3. A articulação, de um modo integrado, com o planeamento em saúde de nível subnacional;
  4. A adoção de uma nova tipologia de problemas de saúde;
  5. A aplicação de um novo paradigma na abordagem dos problemas de saúde e na intervenção em saúde;
  6. A valorização da informação, da comunicação, da ciência, do conhecimento e da inovação;
  7. A ação trans e multissectorial sobre os determinantes demográfico-sociais e económicos, como fundamental para o alcance de saúde sustentável;
  8. O reforço do investimento, pela sua importância crescente, nos determinantes relacionados com o sistema de saúde e a prestação de cuidados de saúde;
  9. O desenvolvimento de uma nova abordagem ao financiamento e contratualização em saúde;
  10. A construção de um “Pacto Social para a Década”, centrado na saúde sustentável e na redução das iniquidades em saúde.

HFZ-Ovar cria medida pioneira para gestão do bloco operatório

O Hospital Dr. Francisco Zagalo – Ovar (HFZ-Ovar) implementou o agendamento “on time” das cirurgias na especialidade de urologia, uma medida pioneira “com ganhos consideráveis” no processo de gestão do bloco operatório.

De acordo com a diretora do Serviço de Gestão e Admissão de Doentes do HFZ-Ovar, Catarina Meneses, “esta é, no fundo, uma solução mais sustentável que recorre à racionalização de recursos”.

“Os utentes saem da consulta já com todos os exames e cirurgias marcados, podendo até acompanhar este agendamento no Portal do Utente”, refere.

De acordo com a responsável, em termos operacionais este procedimento aporta ganhos de gestão do processo, “que se torna mais ‘cleen’, fluído, previsional e centralizável”, evitando cancelamentos e adiamentos de cirurgias e otimizando, assim, a própria gestão do bloco operatório.

“Por outro lado, é bom para o utente, já que este se organiza pessoal e profissionalmente, tendo a intervenção cirúrgica menos impacto na sua atividade profissional e, do ponto de vista emocional, este processo permite também gerir a natural ansiedade relacionada com a cirurgia”, sublinhou Catarina Meneses.

Para a responsável, este é “um passo importante” e surge na lógica de modernização do Serviço Nacional de Saúde, “aproximando-o, cada vez mais, das pessoas e centrando-o no utente”.

A responsável médica dos serviços cirúrgicos e do bloco operatório, Eulália Sá, é a primeira a reconhecer a importância da medida que resulta de “um processo organizacional diferente” iniciado quando assumiu as novas funções, em novembro de 2021.

“Estamos a facilitar a vida aos doentes e a nossa organização interna é, agora, substancialmente melhor. Já conseguimos esgotar a lista de espera em urologia, mas o objetivo é fazê-lo em todas as especialidades”, salientou.

Segundo o urologista Carlos Ferreira, esta nova estratégia representa uma mais-valia processual, pois é possível prever a data de uma cirurgia e até agendá-la com maior precisão.

Centro de Saúde de Odemira inicia processo de descentralização

O processo de descentralização de análises clínicas nos Centros de Saúde foi iniciado no passado dia 14 de março em Odemira.

Este novo serviço, funcionando como piloto no Centro de Saúde de Odemira, reforça a estratégia da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA) em aumentar a carteira de serviços em cada um dos cinco concelhos da região.

Assim, de acordo com a ULSLA, foi instalado um posto de colheitas no Centro de Saúde de Odemira (provisório até à conclusão das obras de reabilitação do edifício), que funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 8 às 11 horas, mediante marcação prévia.

A gestão do serviço é assegurada pelo Serviço de Patologia Clínica da ULSLA, que afeta ao seu funcionamento uma Técnica Superior de Diagnóstico e Terapêutica – Análises Clínicas, e que, em breve, se expandirá para Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines.

Segundo o Conselho de Administração, a ULSLA está determinada em implementar projetos que contribuam para minimizar a dispersão geográfica do território.

HFZ-Ovar tem solução inovadora para processo de esterilização

O Hospital Dr. Francisco Zagalo – Ovar (HFZ-Ovar) já tem em funcionamento desde janeiro o “SteriTrace”, uma solução inovadora que permite a informatização e monitorização de controlo da qualidade do processo de rastreabilidade do instrumental cirúrgico, que garante o rastreio e a segurança no processo de esterilização.

“A Unidade de Reprocessamento de Dispositivos Médicos tem uma importância vital na distribuição de instrumental cirúrgico sem risco de contaminação”, afirmou o presidente do Conselho Diretivo do HFZ-Ovar, Luís Miguel Ferreira.

Segundo o responsável, é necessário executar este processo, mantendo “todos os registos dos ciclos de esterilização e identificar cada item, utilizando uma tecnologia que garanta a necessária precisão neste processo crítico para a atividade”.

O “SteriTrace” – desenvolvido pela empresa BIQ – Health Solutions – monitoriza todas as fases do ciclo de reprocessamento dos instrumentos cirúrgicos, processo de esterilização, com uma dinâmica e interface inovadora que permite ao profissional o acompanhamento de cada momento do ciclo.

Esta solução garante o protocolo de validação das medidas de qualidade, em conformidade com os parâmetros usados pelo hospital. Uma das suas principais vantagens tem a ver com a eficiência, onde sobressai o facto de o processo ser informatizado, a validação do instrumental cirúrgico é realizada e o processamento ser efetuado sem recurso a “check-list” intermináveis em papel, uma vez que é possível validar toda a informação sem necessidade de imprimir qualquer informação.

De acordo com o HFZ-Ovar, o projeto “Hospital do Futuro: A interoperabilidade digital”, que enquadra esta solução, foi cofinanciado pelo SAMA2020: Sistema de Apoio à Modernização e Capacitação da Administração Pública (POCI-05-5762-FSE-000265), visando reforçar a capacidade institucional e uma administração pública eficiente.

ACES do Porto Oriental tem novo sistema de atendimento

O sistema call back, que permite devolver chamadas não atendidas, entrou em funcionamento esta sexta-feira nas dez unidades do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Porto Oriental, tendo, no período experimental, alcançado taxas de atendimento na ordem dos 90 por cento.

De acordo com o diretor executivo do ACES Porto Oriental, Álvaro Pereira, “com esta ferramenta, a chamada é devolvida ao utente e essa pequena nuance permite que, no fundo, o secretário [da unidade de saúde] consiga organizar o seu tempo de forma a conseguir atender os utentes presencial e devolver a chamada”.

O sistema que entrou agora em funcionamento no ACES Porto Oriental estava a ser testado em cinquenta unidades de saúde da área da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), onde o projeto arrancou, com resultados muito promissores.

“Nós passámos de uma taxa de eficácia de atendimento de 10 por cento a 20 por cento para uma taxa [média] de 80 por cento a 90 por cento. Na maioria dos dias é de 100 por cento”, observou, clarificando que os dados indicados foram recolhidos durante o período experimental do sistema.

A aplicação permite também substituir o atendimento presencial por uma gravação que coloca à disposição do utente um conjunto de opções, tais como, marcação de consulta do dia ou consulta programada ou renovação receitas, entre outros. Quando a opção é selecionada pelo utente, a aplicação procede então à gravação do número que fez o contacto, gerando depois uma tarefa (ordenada pela hora da chamada e pelo motivo).

Através dessa mesma aplicação, explicou o responsável, é feita uma chamada “no mais breve tempo possível” para o utente.

De acordo com o dirigente, “na próxima semana, (o sistema) vai ser implementado no ACES da Póvoa/Vila do Conde. Depois na semana a seguir para o ACES Gerês/Cabreira. A ideia é um agrupamento por semana, e espera-se que no espaço de três meses, é esse o plano, toda a Região Norte esteja coberta com esse sistema”.

Hospital de Ovar desmaterializa registos no Bloco Operatório

A plataforma Patient.Care (BSIMPLE), recentemente instalada no Hospital Dr. Francisco Zagalo – Ovar (HFZ-Ovar), permite desmaterializar os registos no Bloco Operatório, aprofundando, desta forma, o processo que decorre nesta unidade no âmbito do projeto HOSP: Hospital de Ovar sem Papel.

“Este projeto em concreto consiste na adoção de uma solução informática que visa estender o nosso processo de desmaterialização ao ambiente do bloco operatório”, disse o presidente do Conselho Diretivo do HFZ-Ovar, Luís Miguel Ferreira.

“Pretende-se com esta aplicação dotar o serviço de anestesiologia de um registo clínico que, de uma forma automatizada, recolhe dados dos diferentes dispositivos existentes, facilitando a prática clínica aos profissionais de saúde”, salientou a responsável médica do Bloco Operatório e Serviços Cirúrgicos, Eulália Sá.

Este sistema – desenvolvido em colaboração com equipas médicas e de enfermagem – destaca-se pela forma como trata e apresenta os dados clínicos e administrativos; pela facilidade de adaptação e parametrização; pela interoperabilidade com os vários dispositivos e sistemas existentes; e pela capacidade em se adaptar a novas realidades que surjam no dia-a-dia do contexto cirúrgico.

A facilidade com que se consegue obter relatórios estatísticos, que tanto servem para a gestão, estudos clínicos, publicações ou controlo de diferentes áreas da unidade, são também uma mais-valia desta plataforma.