ULS Médio Tejo envolvida na colheita de 14 órgãos para transplantação

A Equipa de Colheita de Órgãos e Tecidos do Serviço de Medicina Intensiva da Unidade Local de Saúde do Médio Tejo (ULS Médio Tejo) esteve envolvida, em 2024, na colheita de 14 órgãos – oito fígados e seis rins

A colheita de 14 órgãos em doentes em morte cerebral na ULS Médio tejo é um resultado que supera a média nacional de doação de órgãos de dadores falecidos. Com uma taxa de 53,14 dadores por milhão de habitantes em 2024, os resultados da ULS Médio Tejo ultrapassam significativamente a média nacional de 35,8 dadores por milhão de habitantes (dados oficiais do IPST referentes a 2023, os últimos que se encontram publicados). De notar que se trata de uma ULS distante dos grandes centros, como Lisboa, Porto e Coimbra, que concentram hospitais centrais e universitários, com valências inexistentes no Hospital de Abrantes da ULS Médio Tejo.

Citado em comunicado daquela unidade de saúde, Nuno Catorze, Diretor da Unidade de Cuidados Intensivos, insiste que “a doação e transplantação de órgãos é um tema que precisa de ser amplamente divulgado e debatido”.

Agregados carenciados sem acesso a cuidados de saúde pagos

Um inquérito do INE, revelou que, em 2024, 6,1 % dos agregados familiares em Portugal, cerca de 272 mil, enfrentam a falta de acesso a cuidados de saúde e apoio domiciliário pagos, com 48,3 % a conseguir recorrer a serviços profissionais pagos. A principal barreira é a dificuldade financeira.

De acordo com os dados mais recentes do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR), em 2024, 6,1% dos agregados familiares portugueses, o que equivale a cerca de 272 mil, tinham pelo menos um membro do agregado com necessidades de cuidados de saúde e apoio domiciliário devido a doenças físicas ou mentais prolongadas, incapacidade ou idade avançada. Este número afeta especialmente as famílias com pelo menos um idoso, representando 81,5 % dos casos.

Dos cerca de 272 mil agregados, apenas 48,3 % tiveram acesso a serviços profissionais pagos de cuidados de saúde e apoio domiciliário. Entre estes, 48,5 % assumiram o pagamento integral dos serviços, enquanto 28,1 % contribuíram com uma parte do custo. Para 23,4 % dos casos, as despesas foram cobertas por sistemas de proteção social ou seguros de saúde. Contudo, 68,7 % daqueles que pagaram total ou parcialmente os serviços, enfrentaram dificuldades financeiras para suportar as despesas.

Para os agregados que não tiveram acesso aos cuidados de saúde e apoio domiciliário, e representam perto de 291 mil famílias, a principal razão foi a impossibilidade financeira (55,9 %), seguida pela indisponibilidade dos serviços, que afetou 17,5 % dos casos.

PAMDAS 2025 International Conference on Physical Asset Management and Data Science (Jul 17 – 18, 2025)

 

 * Prazo para submissão de artigos: 30 de abril de 2025
* Desconto na inscrição para membros da Ordem dos Engenheiros

A Ordem dos Engenheiros associou-se, como apoiante institucional, à PAMDAS 2025 – Physical Asset Management and Data Analysis Conference, organizada pelo Centro de Investigação RCM2+ e pela Associação Portuguesa de Data Science (DSPA), em parceria com diversas instituições de ensino superior nacionais e estrangeiras.

O evento decorrerá nos próximos dias 17 e 18 de julho, no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) e os membros da Ordem dos Engenheiros beneficiam de um desconto na inscrição.

Numa época em que a Transição Digital se manifesta em todas as áreas da indústria e da sociedade, o PAMDAS 2025 é um fórum para profissionais e investigadores se encontrarem, darem a conhecer o seu trabalho, trocarem experiências, discutirem desafios e oportunidades na área de Gestão de Ativos Físicos, Ciência de dados e áreas afins.

O evento vai decorrer dias 17 e 18 de julho, no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), e conta com intervenções plenárias, sessões temáticas e workshops interactivos.

Os trabalhos serão publicados em formato digital, em documento electrónico com ISSN. Trabalhos seleccionados serão também convidados a submeter versões estendidas à edição especial de algoritmos da revista Algorithms https://www.mdpi.com/journal/algorithms/special_issues/D5RSIVP8W

Serão também atribuídos Best Paper, Best Student Paper e Certificate of Merit.

O PAMDAS 2025 aceita artigos nas áreas seguintes e áreas afins:

* Análise De Dados
* Aplicações De Inteligência Artificial
* Aprendizagem De Máquina
* Aprendizagem Profunda
* Ciência Da Informação
* Ciências De Dados
* Controlo De Qualidade
* Deteção de Falhas
* Detecção e previsão de falhas
* Engenharia De Dados
* Extração De Conhecimento
* Fiabilidade
* Filtragem De Dados
* Gemeos Digitais
* Gestão De Ativos
* Gestão De Dados
* Governação De Dados
* Lógica Difusa
* Manutenção Industrial e Hospitalar
* Manutenção Preditiva
* Mineração De Dados
* Otimização De Processos
* Recolha De Dados
* Simulação
* Sistemas de informação para manutenção
* Sistemas Periciais
* Transição Digital
* Tratamento De Dados
* Visualização De Dados

Prazo para submissão de artigos: 30 de abril de 2025

Mais informações e submissão: https://pamdas.rcm2.pt/event/1/

Universidade de Évora lança mestrado em ciências biomédicas e da saúde

Acreditado pela A3ES, o novo Mestrado em Ciências Biomédicas e da Saúde vai abrir no próximo ano letivo 2025-26 com 20 vagas. As candidaturas começam a 27 de fevereiro.

novo ciclo de estudos está alinhado com a construção do novo hospital na cidade de Évora. Em comunicado, a reitora da Universidade de Évora, Hermínia Vasconcelos Vilar, afirmou que “A conjugação do novo hospital, da Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano junto desta infraestrutura e do Mestrado em Ciências Biomédicas e da Saúde é uma oportunidade para impulsionar o progresso científico e tecnológico na área da saúde. É mais um compromisso da nossa instituição com a inovação e o desenvolvimento da região Alentejo, promovendo a sinergia entre ensino, investigação e prática clínica”.

Ramiro Pastorinho, diretor do mestrado, realça que este segundo ciclo “vem propiciar um prosseguimento de estudos na área da Saúde, colmatando uma lacuna há muito existente na oferta formativa da Universidade de Évora”.

Os Centros de Investigação (particularmente o Comprehensive Health Research Centre, CHRC) e consórcios (Centro Académico Clínico do Alentejo, C-Trail, entre outros) que a universidade acolhe ou aos quais pertence, reforçam a aposta na dinamização do ensino e da investigação na área da saúde.

ULS Braga testou medidas de autoproteção e plano de emergência do heliporto

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga levou a cabo, ontem, um simulacro com o intuito de testar as medidas de autoproteção e o Plano de Emergência do Heliporto, e avaliar a coordenação entre os diversos agentes de proteção civil.

O cenário simulado consistiu num incidente em que um helicóptero, em missão de recolha de órgãos para o Hospital de Braga, sofreu uma avaria técnica durante a aterragem, resultando na queda da aeronave no Parque de Estacionamento P5, próximo de uma área florestal. O acidente provocou um incêndio, com risco de propagação para a zona florestal adjacente.

Este exercício teve como principais objetivos a verificação dos processos estabelecidos e circuitos idealizados no Plano de Emergência Interno e no Plano de Emergência do Heliporto, além de treinar os profissionais dos serviços envolvidos e testar a resposta na componente ambiental. A coordenação entre os diferentes agentes de proteção civil também foi outro dos aspetos avaliados.

O evento contou com a participação do Comando Sub-Regional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, os Serviços Municipais de Proteção Civil, os Bombeiros Sapadores de Braga, com duas viaturas e nove elementos, e os Bombeiros Voluntários de Braga, que se deslocaram com uma viatura e cinco elementos.

Sílvia Oliveira, Coordenadora do Gabinete de Gestão do Risco da ULS Braga, destacou a importância do exercício para “identificar pontos fortes e áreas de melhoria, garantindo que estamos cada vez mais preparados para proteger vidas e infraestruturas”.

Tutela está a rever decreto relativo aos dispositivos médicos

O anúncio foi feito por Ana Paula Martins durante a abertura do 1º Congresso Nacional de Saúde e Ambiente. Diploma está em fase final de revisão para colmatar limitações no que se refere ao reprocessamento de dispositivos de uso único

 

por Cátia Vilaça

É de abril de 2024 o decreto-lei que transpõe para o direito nacional o regulamento europeu relativo aos dispositivos médicos. Na Europa, o processo foi difícil e moroso, e em Portugal está em fase de aperfeiçoamento. Ana Paula Martins reconheceu as limitações do diploma no que toca ao reprocessamento de dispositivos médicos de uso único, e garantiu que o seu ministério está a finalizar a revisão.

O regulamento europeu, no seu artigo 17º, prevê que o reprocessamento de dispositivos de uso único apenas tenha lugar caso sejam permitidos no direito nacional, obedecendo a requisitos de gestão de risco, validação dos procedimentos, incluindo medidas de limpeza, de libertação do produto e testes de desempenho, ao sistema de gestão da qualidade, à notificação de incidentes que envolvam dispositivos reprocessados e à sua rastreabilidade.

O diploma aprovado em Portugal determina que as entidades que procedam ao reprocessamento são responsáveis pela conformidade desse processo, e também pela qualidade, segurança, desempenho e utilização do dispositivo. Determina-se também que, por cada ciclo de reprocessamento, “o dispositivo de uso único reprocessado apenas poderá ser utilizado num único doente durante um único procedimento, devendo haver registos escritos rastreáveis dessa utilização”. O diploma especifica ainda que o processo relativo ao reprocessamento e utilização do dispositivo de uso único reprocessado esteja “integrado no respetivo sistema de gestão da qualidade da entidade responsável” e seja “previamente aprovado pelo órgão máximo da entidade, devendo ser ouvida para o efeito a respetiva Comissão de Ética para a Saúde”.

 

Reprocessamento de implantáveis?

Proíbe-se o reprocessamento de dispositivos implantáveis, dos que emitam radiações, de dispositivos utilizados para administrar medicamentos citostáticos ou radiofármacos, daqueles que são utilizados em procedimentos invasivos do sistema nervoso central, do sistema circulatório central, dos olhos ou da glândula pituitária, dos que incorporam baterias não substituíveis ou com risco de mau funcionamento após  substituição, dos que incluem armazenamento interno de dados necessário para o seu funcionamento que também não possa ser substituído ou comporte risco de mau funcionamento caso seja e dos que apresentam componentes de desgaste que perdem adequação após a primeira utilização. Está também vedado o procedimento nos casos em que o dispositivo original já tenha sido reprocessado por outra entidade ou por outro processo, nos casos de dispositivos feitos por medida, em alguns casos associados a patologias neurológicas e mais um conjunto de situações já previstas no regulamento europeu.

Ora, o reprocessamento de implantáveis foi precisamente o tema trazido ao congresso por Francisco Moscoso Costa, médico especialista em Cardiologia e Eletrofisiologia Cardíaca, para quem o procedimento é possível desde que haja regras e fiscalização que garantam a respetiva segurança. Desta forma, seria possível dar uma segunda utilização a aparelhos que deixam de ser necessários por morte do portador ou em casos em que a necessidade deixe de se verificar (por exemplo, doentes submetidos a transplante), mas que ainda se encontrem dentro do seu período de vida útil. Moscoso Costa citou experiências nos Estados Unidos, como o projeto My Heart is Your Heart, que está a trabalhar na doação de pacemakers reprocessados a países com necessidades económicas.

Nomeado novo Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde

O Conselho de Ministros nomeou, a 30 de janeiro de 2025, o Professor Álvaro Fernando Santos Almeida para o cargo de Diretor Executivo da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), I.P.

A nomeação é válida por um período de três anos, podendo ser renovada até três vezes consecutivas, conforme estipulado pela legislação em vigor.

A decisão surge após a renúncia do anterior diretor executivo da DE-SNS, a 17 de janeiro de 2025, sendo necessário proceder à designação de um novo responsável para o cargo.

Álvaro Santos Almeida será responsável pela gestão do Serviço Nacional de Saúde durante o seu mandato. O novo diretor executivo é formado em Economia pela Universidade do Porto e pela London School of Economics. É professor associado na Faculdade de Economia da Universidade do Porto e professor convidado na Porto Business School (desde 2009), onde é diretor da pós-graduação em Gestão e Direção de Serviços de Saúde.

Entre os diversos cargos que ocupou, destacam-se os de presidente do conselho diretivo da Administração Regional de Saúde do Norte (2015-2016); diretor do mestrado em Gestão e Economia de Serviços de Saúde da FEP (2010-2015 e 2016-2019); presidente do conselho diretivo da Entidade Reguladora da Saúde (2005-2010); economista do Fundo Monetário Internacional (1997-2000). A nomeação entrou ontem em vigor.

Publicada portaria que estabelece projeto-piloto para otimização da urgência pediátrica

A Portaria n.º 23/2025/1, publicada a 29 de janeiro de 2025, estabelece a criação de um projeto-piloto de reorganização da resposta à doença aguda em idade pediátrica, com o objetivo de melhorar a eficiência no atendimento a crianças e adolescentes. A medida visa otimizar o uso dos recursos disponíveis no serviços de urgência, direcionando-os para os casos mais graves.

O projeto-piloto envolverá as urgências de pediatria da Região de Lisboa e Vale do Tejo, Leiria, Santarém e Caldas da Rainha e a Área Metropolitana do Porto, juntamente com as urgências de hospitais de outras regiões que manifestem interesse em participar.

 

Mudança na triagem e atendimento

O novo sistema introduz uma triagem inicial realizada por telefone através da Linha SNS 24, à semelhança do que já tem vindo a ser feito com os doentes adultos. A portaria estabelece que a pré-triagem telefónica deverá ser preferencialmente realizada por enfermeiros especialistas de saúde infantil e pediátrica. A implementação desse modelo visa aliviar a pressão sobre os serviços de urgência, especialmente durante os meses mais frios. A triagem telefónica será seguida da orientação dos pacientes para serviços apropriados, de acordo com o fluxograma estabelecido para áreas com Centro de Atendimento Clínico Pediátrico e áreas sem Centro de Atendimento Clínico Pediátrico.

fluxograma 1      
FLUXOGRAMA PARA ÁREAS
COM CENTRO DE ATENDIMENTO CLÍNICO PEDIÁTRICO
FLUXOGRAMA PARA ÁREAS
SEM CENTRO DE ATENDIMENTO CLÍNICO PEDIÁTRICO

 

Centros de Atendimento Clínico Pediátrico

A portaria propõe a criação de Centros de Atendimento Clínico Pediátrico (CAC-P) nas regiões de Lisboa e Porto, com uma equipa dedicada de médicos e enfermeiros, funcionando das 8h às 23h. Estes centros serão responsáveis pelo atendimento de patologias agudas ligeiras, aliviando a sobrecarga das urgências hospitalares. Nas outras regiões do país, os doentes serão encaminhados, consoante triagem, para consultas nos CSP ou consulta de agudos nas consultas externas de pediatria.

 

Condições necessárias para iniciar o projeto

Para que o projeto possa ser iniciado, além da criação dos CAC-P em Lisboa e Porto, a portaria estabelece que devem encontrar-se asseguradas, nas Urgências de Pediatria, a criação de uma consulta aberta hospitalar, em horário adaptável à procura, mas em funcionamento todos os dias úteis e a criação de mecanismos dentro da Unidade Local de Saúde, para possibilitar o agendamento célere na consulta de agudos hospitalar e nas consultas abertas nos CSP. Devem ser asseguradas vagas diárias para este efeito.

 

Campanha de sensibilização e avaliação do projeto

A medida será acompanhada de uma campanha de sensibilização para a população, que será veiculada através de rádio, televisão e redes sociais. O impacto do projeto será avaliado após três meses, com a possibilidade de expansão para todo o país caso os resultados sejam positivos.

 

portaria também estabelece um sistema de gestão integrada de recursos, com uma plataforma digital para monitorização em tempo real da disponibilidade de vagas nas unidades de urgência pediátrica e cuidados intensivos.

FOTO NA MONTRA JESSICA ROCKOWITZ  UNSPLASH

ULS de Santa Maria realiza a sua primeira cirurgia robótica

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria realizou, no passado dia 21 de janeiro, a sua primeira cirurgia robótica, no  Serviço de Urologia.

A cirurgia incidiu numa remoção da próstata e contou com uma equipa composta por cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e técnicos auxiliares de saúde.

Em comunicado, o diretor do Serviço de Urologia, José Palma dos Reis salientou que a “ULS de Santa Maria tem como principal prioridade, através da sua estratégia de inovação aliada à qualidade da sua equipa, proporcionar aos seus utentes cuidados de saúde de última geração e condições de atração de profissionais altamente qualificados na instituição e no Serviço Nacional de Saúde”.

A ULS sublinhou que o Programa de Cirurgia Robótica irá abranger outras doenças na área da Urologia. Existem planos para integrar o programa em outras especialidades como a Cirurgia Geral, Ginecologia e Cirurgia Torácica.