Hospital do Barreiro instala Tomografia Computorizada Móvel

O Centro Hospitalar Barreiro Montijo instalou um equipamento de Tomografia Computorizada Móvel, junto ao Serviço de Urgência Geral no Hospital de Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro.

A instalação deste contentor está relacionada com a substituição do equipamento de Tomografia Computorizada do Serviço de Imagiologia, garantindo, desta forma, a continuação do acesso dos utentes a estes exames.

O equipamento móvel permanecerá neste local durante o período em que forem efetuadas as obras de beneficiação no espaço que vai receber o novo equipamento de Tomografia Computorizada.

Vila do Conde garante acordo para construir nova unidade hospitalar

A Câmara de Vila do Conde, no distrito do Porto, tem um acordo com o Ministério da Saúde para a construção de uma nova unidade hospitalar pública no concelho, que substituirá a existente, revelou o presidente da autarquia, Vítor Costa.

O presidente explicou que este novo edifício, que será construído num terreno cedido pela autarquia, ao lado do atual hospital, surge num âmbito da “melhoria e restruturação” dos serviços do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde, que tem polos nos dois concelhos, servindo uma população conjunta de mais de 150 mil pessoas.

“As instalações, em Vila do Conde, não são compatíveis com o que devem ser os cuidados de saúde hospitalar da atualidade para uma população tão vasta, e contrastam com o excelente trabalho dos profissionais de saúde do nosso Centro Hospitalar. Por isso, propusemos essa restruturação dos serviços com a construção de novo edifício”, disse o autarca vila-condense.

Vítor Costa vincou que o novo edifício vai substituir o atual polo de Vila do Conde do Centro Hospitalar, cujas instalações são arrendadas à Santa Casa da Misericórdia, e será construído num terreno contíguo, propriedade da autarquia, com 2 500 metros quadros, que está avaliado em 1,5 milhões de euros.

“Já há um acordo, que vai ser formalizado num protocolo entre a Câmara, o Centro Hospitalar e a Administração Regional de Saúde do Norte, para que esta nova unidade possa ser construída no terreno de um antigo palacete, junto à atual unidade, permitindo a instalação de novas valências, além das que já existem”, disse Vítor Costa.

O presidente da Câmara de Vila Conde revelou que já aconteceram reuniões de trabalho com o Ministério da Saúde sobre o assunto, e que, inclusive, o projeto para a nova unidade “já está a ser feito” com os serviços da tutela e os responsáveis do Centro Hospitalar.

“Nesta altura é difícil dizer o valor da obra, mas o que está previsto é um edifício com três pisos, e outros dois subterrâneos para estacionamento. Iremos continuar a trabalhar para a nova unidade ser uma realidade a breve prazo”, completou o autarca.

Vítor Costa lembrou que este projeto é independente das obras de restruturação e ampliação do edifício do polo da Póvoa de Varzim, mas que há “uma enorme sintonia” entre as duas autarquias para terem “um Centro Hospitalar realista, com duas unidades de proximidade no centro das duas cidades, prestando cuidados de saúde condizentes com o século XXI, e tendo um impacto na economia local”.

“Tanto eu como presidente da Câmara da Póvoa de Varzim estamos em uníssono nesta questão. Queremos um Centro Hospitalar que una os dois concelhos, com 150 mil utentes e que no verão, com todos os que nos visitam, ultrapassa os 200 mil. Queremos um Centro Hospitalar adequado para as nossas populações”, reforçou o autarca vila-condense.

Vítor Costa explicou, ainda, que, com o novo edifício do hospital em Vila do Conde, haverá uma “reorganização e otimização” dos serviços e recursos existentes, e que serão acrescentadas novas valências à unidade.

“Na Póvoa de Varzim ficará a urgência, serviços cirurgia e internamento, a unidade obstetrícia e ginecologia, entre outros, e em Vila do Conde funcionará a consulta externa, o serviço de cirurgia em ambulatório, com novas salas, a unidade de saúde mental, e novas valências como oftalmologia, e esperamos, também, uma unidade de hemodiálise”, revelou o presidente da Câmara de Vila do Conde.

Sobre o tempo para construção do novo edifício hospitalar no concelho, o autarca espera que o projeto fique concluído já em 2023 e que o concurso público possa ser lançado para ainda durante o atual mandato as obras arrancarem.

Reaberto hospital em Valpaços depois de obras de 5ME

O Hospital de Valpaços tinha sido fechado em 2011, numa altura em que precisava de ser atualizado, pelo que a sua reabertura responde às solicitações da população de voltar a ter mais serviços de qualidade em proximidade.

A unidade de saúde criou 66 postos de trabalho e representou um investimento de cinco milhões de euros, repartidos entre a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços e a Câmara.

O hospital já está em pleno funcionamento, mas a pandemia atrasou a cerimónia de inauguração, que contou também com uma homenagem ao histórico médico Olímpio Seca, que proporcionou ainda antes da existência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e por largos anos, cuidados de saúde à população.

A nova unidade de saúde dispõe de bloco operatório, internamento, consulta externa, medicina física e de reabilitação que atende já uma média de 90 pessoas por dia. O hospital tem ainda Serviço de Atendimento Permanente e serviço de imagiologia, onde são feitos todos os exames menos a ressonância magnética.

Durante a cerimónia, o ministro da Saúde Manuel Pizarro descreveu a nova unidade hospitalar como “um encontro feliz entre o setor social, o Estado e o poder local”, que vai melhorar a resposta em proximidade nesta zona do distrito de Vila Real.

Manuel Pizarro defendeu que o “Hospital de Valpaços é um hospital do SNS”, lembrando a convenção existente para áreas como a Consulta a Tempo e Horas e o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia, que visa combater as listas de espera. Este ano foram realizadas cerca de 900 cirurgias.

O hospital tem ainda um protocolo celebrado com o SNS para um Unidade de Média Duração e Reabilitação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, com 22 camas, tendo o ministro da Saúde aproveitado o momento para avançar que o Governo vai aumentar os pagamentos a Unidades de Cuidados Continuados Integrados, com efeitos retroativos a janeiro de 2022.

Além da atualização de preços prevista para este ano, o Governo determina assim um aumento extraordinário dos preços aplicáveis às Unidades de Média Duração e Reabilitação e às Unidades de Longa Duração e Manutenção, ajustando os preços aos custos de funcionamento destas respostas. Em termos globais, a atualização do preço corresponde a um aumento de 5,5 por cento e 15,3 por cento, respetivamente, vigorando até ao final de 2023.

Farmácia de Ambulatório Central do CHULC entra em funcionamento

A Farmácia de Ambulatório Central do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC), que concentra as atividades inerentes à dispensa presencial de medicamentos hospitalares aos utentes de todo o centro hospitalar, entrou em funcionamento, no Hospital de Curry Cabral, na primeira semana de novembro.

Na sequência da abertura deste novo espaço, encerraram, no dia 4 de novembro, os atuais ambulatórios farmacêuticos dispersos pelos vários hospitais, à exceção da farmácia de ambulatório do Hospital de Dona Estefânia, que continuará em funcionamento até ao final deste ano.

“Desta forma, pretende-se melhorar o serviço farmacêutico prestado ao doente, num espaço novo e com um sistema de agendamento que permitirá diminuir os tempos de espera para atendimento”, referiu o centro hospitalar em comunicado.

De acordo com o CHULC, com a entrada em funcionamento desta unidade técnica pretende-se ainda melhorar as condições de trabalho e a segurança dos profissionais de saúde envolvidos e melhorar a qualidade e eficiência dos atos farmacêuticos associados aos medicamentos de dispensa hospitalar.

Além deste serviço, mantém-se disponível o Programa de Dispensa em Proximidade, do qual beneficiam, atualmente, cerca de dez mil utentes.

1º HIA International Summit – “New Healthcare Challenges in Azores”

Decorreu nos dias 21 e 22 de outubro, o 1º HIA International Summit, sob o título, “New Healthcare Challenges in Azores”, organizado pelo Hospital Internacional dos Açores e que juntou um vasto conjunto de cidadãos, incluindo profissionais de saúde e organizações.

O Hospital Internacional dos Açores (HIA), em Lagoa, São Miguel, nos terrenos contíguos ao Nonagon – Parque de Ciência e Tecnologia, foi inaugurado em março de 2021, sendo o primeiro Hospital privado na Região, que irá cobrir as necessidades de pacientes locais, mas também internacionais, colocando os Açores como um destino de referência na esfera do Turismo Médico.

Todos os equipamentos do HIA são de tecnologia de ponta, recorrendo às versões topo de gama dos diversos fornecedores, com destaques, entre outros, para as áreas como a Imagiologia e o Bloco Operatório nas suas mais diversas vertentes, bem como, a área da Cirurgia Cardíaca, Urologia, Oftalmologia e Cardiologia.

Durante os dois dias da Cimeira, foram promovidos diversos debates sobre temas e técnicas relevantes para o setor da saúde e o bem-estar da comunidade, com a presença de especialistas nacionais e internacionais, como o Prof. Craig de Mello (Prémio Nobel de Medicina e Fisiologia em 2006).

Simpósios cirúrgicos tais como TAVI, Cirurgia Cardíaca e Cardiotorácica foram demonstrativos das novas áreas de diagnóstico, intervenção e cirurgia que o HIA disponibiliza para melhoria da saúde nos Açores.

Paralelamente ao 1st HIA International Summit, tivemos também um simpósio satélite, sobre concepção, projecto e execução, orientado para a área de Engenharia e equipamentos hospitalares, destinado a Engenheiros responsáveis pela manutenção, Gestores das áreas técnicas hospitalares, responsáveis por gabinetes de projeto e responsáveis pela gestão de investimentos na área hospitalar.

Pela empresa projetista “Electroeng”, foram apresentados os aspetos mais relevantes e as diversas áreas funcionais do empreendimento.

Pelas empresas de equipamentos e tecnologia médica, foram apresentados temas muito atuais e inovadores.

A Siemens Healthineers focou-se na mais moderna tecnologia de “Salas Híbridas” e todos os requisitos de projeto e execução.

A MCMedical (ex. Medicinália Cormédica) especialista nas áreas críticas (Bloco Operatório e U.C.I.), apontou caminhos novos, tais como a Integração Nivel II com Navegação Gestual nas salas operatórias e a Conectividade nos Cuidados Intensivos.

O programa do Simpósio Satélite concluiu-se com uma visita às instalações do HIA.

Correspondendo ao convite feito pela administração do Hospital Internacional dos Açores (HIA), a ATEHP fez-se representar, tendo participado nos eventos do auditório do espaço Nonagon bem como no evento satélite na Sala Apollo, nos dias 21 e 22 de outubro.

CHUA investiu 32ME em equipamentos e reestruturação hospitalar

O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) investiu, nos últimos dois anos, 32 milhões de euros em equipamentos e reestruturação hospitalar, aumentando a resposta dos cuidados de saúde na região.

De acordo com declarações da presidente do Conselho de Administração, Ana Varges Gomes, na Comissão Parlamentar de Saúde, o investimento realizado a partir de julho de 2020 permitiu o aumento da atividade assistencial hospitalar e alcançar “uma resposta muito superior à que era dada”.

“Aumentámos o número de profissionais de saúde, um compromisso feito para garantir os profissionais suficientes, a nossa saúde mental e comunitária aumentou, porque criámos mais equipas, temos o maior número de sempre de consultas médicas e sessões de Hospital de Dia e a atividade cirúrgica tem sido sempre crescente”, referiu.

De acordo com a responsável, diminuiu-se o “número de doentes que são operados no privado, porque foi criado um plano de incentivos para os profissionais poderem operar dentro do hospital”.

Entre as novas ofertas do centro hospitalar está a criação da especialidade de cirurgia vascular, tendo sido realizadas cerca de 200 intervenções, 750 consultas externas.

Também um angiógrafo adquirido recentemente, num investimento de um milhão de euros, permitiu tratar 78 doentes e realizar 94 exames, equipamento que evita que os doentes com acidentes vasculares cerebrais (AVC) se tenham de deslocar a Lisboa.

Segundo a responsável, preveem-se ainda investimentos numa unidade de AVC com equipamento de angiografia, três novos neurologistas, uma equipa multidisciplinar, 14 camas de cuidados intermédios para AVC e 20 camas de internamento pós-agudo para reabilitação intensiva em Faro e Lagos.

Por outro lado, o espaço do projeto de procriação medicamente assistida vai ser reabilitado e equipado, através de uma verba de cerca de 1,6 milhões de euros, com o início da obra previsto para janeiro de 2023.

De acordo com Ana Varges Gomes, o CHUA tem vários projetos que foram submetidos a programas de financiamento, “com investimentos importantes, entre eles o projeto do Centro Oftalmológico de referência, investimento de 900 mil euros”.

Ferramentas para monitorizar doenças cardiovasculares em desenvolvimento

Dois institutos de investigação do Porto integram um projeto europeu que, financiado em sete milhões de euros, visa desenvolver e testar ferramentas tecnológicas para a prevenção, diagnóstico e monitorização de doenças cardiovasculares.

Em comunicado, o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) revelou que, juntamente com o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), integra o projeto europeu “CARE-IN-HEALTH”.

O projeto, financiado em sete milhões de euros pelo programa Horizonte Europa da Comissão Europeia, visa, nos próximos cinco anos, desenvolver e testar ferramentas tecnológicas para a prevenção, diagnóstico e monitorização de doenças cardiovasculares.

Coordenado pelo Institut National De La Sante Et De La Recherche Medicale, em França, o projeto, que envolve dez parceiros europeus, foca-se numa das principais causas de morte e morbilidade a nível mundial: as doenças cardiovasculares.

Na Europa, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 1,9 milhões de mortes por ano, estimando-se que os custos associados ao tratamento rondem os 200 mil milhões de euros.

Citados no comunicado, os investigadores dos dois institutos salientaram que este é “um problema de saúde pública que tem sido muito difícil de controlar e, principalmente, de prevenir, não só devido aos hábitos de vida pouco saudáveis, mas também porque as terapias de redução de risco cardiovascular comprometem seriamente o sistema imunitário”.

Nesse sentido, o projeto vai desenvolver novas estratégias de prevenção baseadas na redução da inflamação crónica, desencadeada por níveis elevados de lípidos no sangue e que aumenta o risco de diversas doenças, tais como o enfarte do miocárdio e o acidente vascular cerebral.

No âmbito do projeto, a equipa do i3S receberá 788 mil euros para “desenvolver uma tecnologia portátil (CARE-IN-HEALTH BIOSSENSOR) para monitorizar a resolução da inflamação de forma minimamente invasiva (através de um pequeno volume de sangue)”, esclareceu a investigadora e coordenadora do projeto no instituto da Universidade do Porto, Inês Mendes Pinto.

Por sua vez, os investigadores do INESC TEC vão receber 340 mil euros para apoiar a interligação do biossensor numa aplicação móvel e num sistema da ‘cloud’ com vista a monitorizar biomarcadores inflamatórios e integrar esta informação com outras parâmetros clínicos de forma a avaliar o risco de doença.

“Este projeto será uma excelente oportunidade para colocarmos o nosso conhecimento avançado em conceção e desenvolvimento de dispositivos médicos portáteis ao serviço de uma tecnologia de biossensores com um potencial de disrupção no futuro da gestão das doenças cardiovasculares”, salientou o investigador e coordenador da equipa do INESC TEC, João Paulo Cunha.

O CARE-IN-HEALTH integra ainda uma recolha de dados epidemiológicos e imunológicos que serão compilados numa plataforma que estará disponível tanto para a comunidade científica como para os profissionais de saúde.

Os dados vão permitir “identificar e validar as vias imunitárias críticas de um indivíduo” através do uso de ferramentas de Inteligência Artificial e tradução clínica, bem como permitir desenhar um “modelo personalizado” para tratar a inflamação de cada cidadão.

“Para aplicar estas inovações será desenvolvido um sistema digital multicritérios de apoio à decisão médica para orientar os profissionais de saúde na conceção de estratégias personalizadas de prevenção da doença cardiovascular”, acrescentou o i3S.

As ferramentas desenvolvidas no decorrer do projeto, na qual se inclui o biossensor portátil, serão testadas em cenários reais, nomeadamente, em dois ensaios clínicos de prova de conceito no Instituto Karolinska, na Suécia.

Hospital de Guimarães adquire mamógrafo digital de última geração

O serviço de Imagiologia do Hospital da Senhora da Oliveira – Guimarães (HSOG) adquiriu um novo equipamento de combate ao cancro da mama, um mamógrafo digital de última geração

Este equipamento está apetrechado com os últimos avanços tecnológicos, nomeadamente tomossíntese e mamografia com contraste, que permite o diagnóstico precoce do cancro da mama.

De acordo com o HSOG, trata-se de um equipamento há muito esperado pelo hospital e pelas mulheres vimaranenses e, graças à diligência do conselho de administração, liderado por Henrique Capelas, foi possível a substituição de um equipamento analógico com quase 15 anos de vida por este equipamento topo de gama que agora entra em funcionamento.

Sendo um equipamento digital, a resolução da imagem é excelente, garantindo elevada sensibilidade na deteção de pequenas anomalias mamárias que podem anunciar cancro da mama em fase precoce.

Com o módulo de tomossíntese, também designada como mamografia 3D, as lesões que facilmente passam despercebidas na mamografia 2D adquirem agora conspicuidade, sendo percetíveis e detetáveis em fases cada vez mais precoces.

“Por fim, a adição de um módulo de contraste irá otimizar o circuito das doentes com forte suspeita de cancro da mama, uma vez que as doentes ao fazer a mamografia com contraste, outras potenciais lesões na mesma mama ou na mama contrária poderão ser de imediato identificadas e caracterizadas”, lê-se em comunicado divulgado.

Até ao presente, o que ocorre em vários centros de mama é a necessidade de realização de ressonância magnética para este efeito, acarretando atrasos, custos e desconfortos para as utentes.

A inclusão do módulo de mamografia com contraste permitirá ganhar tempo com o diagnóstico e estadiamento a ser feito numa só consulta, antecipando os tratamentos necessários em várias semanas.

Até ao final do ano de 2022, o hospital pretende introduzir a biópsia mamária assistida por vácuo, considerada o estado da arte da caracterização das microcalcificações mamárias e que em certos casos específicos poderá inclusivamente substituir o tratamento cirúrgico.

IPO do Porto terá piso dedicado à investigação clínica “em menos de um ano”

O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto conta ter “em menos de um ano” um piso totalmente dedicado à investigação clínica, local que acolherá a unidade de ensaios clínicos de fase precoce, anunciou o presidente, Júlio Oliveira.

Em declarações à agência Lusa, o presidente o IPO do Porto explicou que a Unidade de Investigação de Ensaios Clínicos de Fase Precoce, que existe desde 2019, passará do atual espaço “relativamente pequeno e com limitações físicas” para um piso totalmente remodelado e dedicado à investigação clínica.

O projeto que foi apresentado esta semana ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, inclui uma unidade de ambulatório e internamento para doentes dos ensaios em fase precoce, bem como um hospital de dia para tratamentos dos doentes que estão nos ensaios de fase 2 e fase 3.

Júlio Oliveira explicou que este projeto faz parte dos objetivos do ‘Porto Comprehensive Cancer Center’, um consórcio que junta o IPO do Porto e o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S).

Com uma dotação de 17 milhões de euros, o projeto do IPO do Porto e do i3S, no qual se inclui esta remodelação de espaço, foi alvo de uma candidatura ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

O IPO do Porto já recebeu “quase 60 doentes” para ensaios de fase precoce e, paralelamente, mais de 500 tiveram acesso ao Programa de Medicina de Precisão em Oncologia.

No total, e por ano, nesta instituição são mais de 300 os doentes que são incluídos em ensaios clínicos nas diferentes fases.

“É nossa ambição passar para o dobro”, disse Júlio Oliveira que conta ver a expansão concluída “em menos de um ano”.

O presidente o IPO do Porto sublinhou que “o desenvolvimento desta área foi há vários anos identificado como estratégico em Portugal”, mas o país “continua a ter muitas lacunas nesta área”, o que “o põe atrás de outros países de semelhante dimensão ao nível europeu”.

“Estes ensaios clínicos são cada vez mais são dirigidos por biomarcadores, o que significa que os doentes que são propostos para o ensaio têm uma maior probabilidade de poder vir a responder ao tratamento. Se nós, como país, conseguirmos atrair ensaios clínicos numa fase em que os medicamentos ainda estão numa fase mais inicial do seu desenvolvimento, naturalmente que os ensaios de fase 2 e fase 3 virão para o país”, explicou o dirigente.

Júlio Oliveira considerou “essencial colocar Portugal no mapa da investigação clínica”, até porque, de acordo com dados apresentados na presença do ministro da saúde, “Portugal tem menos de três por cento dos ensaios clínicos que estão a decorrer a nível mundial”. Espanha conta com mais de 16 por cento.

Júlio Oliveira disse que com projetos como este da unidade de ensaios em fase precoce se está a tentar definir novos patamares na área da investigação clínica, mas lamentou: “Temos graves problemas de competitividade”.

“A investigação clínica não é ainda vista de forma estratégica dentro do sistema de saúde. O IPO do Porto é um bom exemplo neste campo, mas estamos muito limitados por causa das regras que são aplicadas ao sistema público, nomeadamente no que diz respeito à contratação de recursos humanos que é o que mais estrangula o desenvolvimento deste tipo de projetos”, descreveu.

Já sobre o que estes projetos resultam na prática para os doentes, o presidente do IPO avançou que assim se dá “mais ofertas de tratamento a doentes que muitas vezes já esgotaram as opções de tratamento”, mas “acabam por encontrar nestes estudos uma derradeira forma de poderem prolongar a sua vida com mais qualidade de vida”.