Santa Maria utiliza robot inovador para preparar tratamentos oncológicos

O Hospital de Santa Maria é o primeiro da Península Ibérica a utilizar um robot inovador para preparação de tratamentos na área da Oncologia.

Doentes acompanhados na Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria começaram já este mês a ser tratados com fármacos preparados por este novo sistema automatizado instalado no Serviço de Gestão Técnico-Farmacêutica da ULS de Santa Maria, apenas o terceiro do género a entrar em funcionamento a nível mundial.

Segundo a ULS de Santa Maria, com esta inovação a unidade irá, pelo menos, duplicar a capacidade de produção nesta área.

No processo de preparação de um irinotecano – tratamento oncológico mais utilizado em doentes com cancros gastrointestinais – o robot, instalado numa das câmaras com ambiente altamente controlado, coloca o soro de diluição num saco, enquanto um dos seus dois motores vai buscar uma seringa a um carrossel, aspira o conteúdo correto do frasco e insere-o no saco de diluição. Todos estes movimentos são monitorizados por técnicos na sala, que garantem a total segurança do processo.

“A grande vantagem deste sistema automatizado, face à preparação manual, é preparar tratamentos para oito doentes em simultâneo. Isto porque permite-nos fazer preparações de forma paralela, enquanto manualmente tem de ser em sequência e cada uma pode chegar a 15 minutos”, destacou o diretor do serviço, João Paulo Cruz, citado em comunicado.

Até agora as equipas conseguiam realizar entre 80 a cem preparações de tratamentos por dia, maioritariamente para doentes em hospitais de dia, mas também para internados. Com este novo robot será possível mais do que duplicar esse número, conseguindo entre 20 a 60 preparações por hora.

Além de permitir diminuir desperdícios e gerar poupanças de custos, este processo tem também a grande vantagem de prevenir a exaustão dos profissionais que trabalham nesta área e reforçar as equipas de outros setores do serviço.

“Em termos de recursos humanos, uma equipa normal precisa de pelo menos três elementos por câmara. Até agora, tínhamos três câmaras em funcionamento, ou seja, pelo menos nove elementos alocados a estes processos. O robot permite, nesta fase e para melhor monitorização do processo, trabalhar com um técnico e um farmacêutico, e no futuro será mesmo possível a presença de apenas um técnico”, acrescentou João Paulo Cruz.

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