Um consórcio de três empresas vai investir cerca de 20 milhões de euros no Hospital Privado das Beiras (HPB), na Covilhã, com entrada em funcionamento prevista para abril de 2025 e a criação entre 150 e 200 postos de trabalho.
A informação foi adiantada pelo administrador executivo da unidade de saúde, António Sàágua, durante uma visita às obras, no antigo edifício do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário, em fase de demolições no interior.
Até março de 2024, o HPB pretende abrir uma clínica na Covilhã e até meio do próximo ano outra em Castelo Branco, para começar a prestar cuidados de saúde em ambulatório.
Os promotores do investimento frisaram que o HPB, com duas salas de bloco operatório e 30 gabinetes para consultas externas, terá capacidade para realizar anualmente mais de cem mil consultas, mais de três mil cirurgias, mais de 70 mil exames e tratamentos e terá disponíveis “mais de trinta especialidades”.
O hospital tem projetadas 30 camas, mais 50 na estrutura residencial para pessoas idosas contígua, para funcionar “em articulação próxima com a unidade hospitalar”, com o propósito de oferecer um atendimento complementado “por um suporte clínico mais robusto”, segundo o administrador.
O HPB, salientou o administrador executivo, “é um projeto simples e de grande ambição”, que pretende ser “complementar ao Serviço Nacional de Saúde” e está a perceber “que necessidades há a colmatar”.
Segundo António Sáàgua, além do bloco operatório, a estrutura ficará dotada de unidade de cuidados intermédios, internamento, equipamento de imagiologia de última geração, laboratório, meios complementares de diagnóstico e terapêutica e serviço de atendimento permanente, entre outros serviços.
O investimento é uma iniciativa de um consórcio que integra o fundo MedCapital, dedicado ao desenvolvimento de um grupo de saúde privado de âmbito nacional, com unidades no Algarve, Lisboa e Porto, e dois grupos empresariais locais, o Grupo AFFIS e Grupo FPT Energia.
Para o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, esta é uma forma de “fortalecer o ‘cluster’ da saúde na Covilhã”.
“A Covilhã vai passar a ser, cada vez mais, uma cidade da saúde”, vincou o autarca, que se afirmou um “intransigente defensor do SNS [Serviço Nacional de Saúde]” e afirmou que existe por parte dos investidores privados no concelho “uma vontade inequívoca” de criar sinergias com as entidades da região na área da saúde.
O presidente do município acrescentou que “as sinergias entre os projetos privados e o serviço público vem atrair mais médicos” para a região.
A 30 de outubro foi apresentado o projeto de uma outra estrutura de saúde privada na Covilhã, o Hospital CUF, com abertura prevista para 2027 e instalações junto ao Complexo Desportivo da cidade, num investimento de 35 milhões de euros.