Compreender o movimento celular para melhorar compreensão de doenças

O estudo “Evidence of universal conformal invariance in living biological matter” permitiu perceber que as células investigadas se comportam, em conjunto, de forma semelhante, o que pode ajudar a compreender melhor a evolução de doenças oncológicas e a engenharia de tecidos

 

O estudo, que conta com a participação de Nuno Araújo, do Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, foi publicado na revista Nature Physics, e abre portas a novos entendimentos sobre a evolução das doenças oncológicas ou sobre o processo de criação de um órgão.

A dúvida acerca da forma como as células interagem sem terem a consciência de que fazem parte de um conjunto maior foi o mote para o estudo focado na matéria biológica e no comportamento das células, centrado na Física e na Biologia. “Enquanto na Física somos capazes de encontrar sistematicamente padrões iguais em sistemas diferentes, na Biologia há sempre tendência a pensar que cada sistema é um sistema”, explica Nuno Araújo, citado em comunicado da faculdade.

Em concreto, é demonstrado que “o movimento coletivo de células – para sistemas tão variados como células do rim de um cão às células de cancro da mama humano ou de dois tipos diferentes de bactérias patogénicas – exibem uma robusta invariância”, explica o investigador e docente.

Quatro tipos de células foram o foco dos investigadores: duas procarióticas e duas eucarióticas. Apesar de muito diferentes a nível estrutural, concluiu-se que em grupo se comportam de forma semelhante. As portas que se abrem são para um maior e melhor entendimento sobre esta matéria fundamental que constitui a vida, por isso as possíveis aplicações também são várias: as conclusões poderão ajudar a compreender melhor as doenças oncológicas e a forma como evoluem (também no que às metástases diz respeito), mas também poderão ser importantes para a engenharia de tecidos, para entender o processo de criação de um órgão ou, ainda, para um maior entendimento sobre a propagação das infeções bacterianas (e, por consequência, conduzir a uma melhor preparação dos ambientes hospitalares).

A descoberta pode apoiar a orientação de robôs de uma forma mais precisa ou até para os videojogos e para sistemas de inteligência artificial.

O estudo conta também com a participação de académicos de universidades da Dinamarca, Suíça e Reino Unido.

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Análogos GLP1 e sensor de glicose intersticial comparticipados

Os medicamentos pertencentes à classe terapêutica dos análogos GLP 1 e o dispositivo médico sensor para determinação de glicose intersticial passam a estar abrangidos pelo regime excecional de comparticipação publicado a 10 de abril

 

A Secretaria de Estado da Saúde publicou, a 10 de abril, a portaria que define o regime excecional de comparticipação de tecnologias de saúde para a automonitorização da glicemia e controlo da diabetes mellitus, que inclui os medicamentos pertencentes à classe terapêutica dos análogos GLP 1 e o dispositivo médico sensor para determinação de glicose intersticial.

No preâmbulo, é apontado o acesso e utilização indevida de tecnologias de saúde destinadas à monitorização da diabetes e a necessidade de “garantir o acesso equitativo, justo e seguro a esses recursos essenciais”. Deste modo, limita-se a prescrição às especialidades de endocrinologia e nutrição, medicina interna, pediatria e medicina geral e familiar. A prescrição é feita através dos meios eletrónicos previstos na lei.

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Carreira especial médica passa a estar abrangida pela dedicação plena

Regime passa a ser aplicável a médicos da emergência pré-hospitalar e aos que exercem funções no Sistema de Saúde Militar e nos estabelecimentos prisionais da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais

 

Foi hoje publicada a alteração ao regime de dedicação plena que permite a adesão aos médicos de emergência pré-hospitalar e aos trabalhadores da carreira especial médica que exerçam funções no Sistema de Saúde Militar e nos estabelecimentos prisionais da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.

Podem ainda aderir individualmente ao regime de dedicação plena os trabalhadores médicos da especialidade de medicina geral e familiar que prestem atividade assistencial em unidades orgânicas integradas no SNS que não correspondam a USF ou Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP).

Também podem aderir os médicos de medicina geral e familiar que exerçam funções em unidades orgânicas distinta de uma USF ou de uma unidade de cuidados de saúde personalizados, como é o caso dos que exercem funções na área das dependências e comportamentos aditivos.

 

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ULS Médio Tejo passa a ter CRI de diabetes e obesidade

A Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo formalizou a criação de um novo Centro de Responsabilidade Integrado (CRI) dedicado ao tratamento e controlo da Diabetes e Obesidade

A notícia, divulgada a 2 de abril, especifica que o objetivo é “obter ganhos em saúde, colocando o utente na centralidade de cuidados abrangentes, desde o diagnóstico até à prevenção e tratamento de complicações. Este modelo organizativo inovador permitirá um acompanhamento multidisciplinar periódico, garantindo um acesso mais facilitado a cuidados de saúde especializados e um atendimento personalizado aos utentes com diabetes e/ou obesidade”, de acordo com o portal do SNS.

A diabetes apresenta uma elevada prevalência na população entre os 20 e os 79 anos, enquanto os casos de obesidade continuam a aumentar. Perante esta perspetiva, o projeto aposta numa abordagem integrada, combinando a prevenção, o diagnóstico precoce, o tratamento eficaz e o acompanhamento contínuo.

Entre as medidas previstas estão o aumento significativo da colocação de Sistemas Perfusão Continua de Insulina (“bombas de insulina” de última geração) e a criação de teleconsultas/ soluções de telemedicina para resposta e acompanhamento regular dos doentes. O CRI pretende ainda avançar para a constituição de um Centro de Tratamento à Obesidade Mórbida.

 

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Assembleia Geral Ordinária 2025 e Assembleia Geral Eleitoral

 

Estimados(as) Associados(as):

Como já anunciado pela Direção a ATEHP irá proceder em sede de Assembleia Geral, prevista realizar no dia 21 de abril, à apreciação e deliberação do Relatório e Contas da Direção, após parecer do Conselho Fiscal.

Por economia processual, seguindo proposta da Direção, na tarde da mesma data e em Assembleia subsequente, proceder-se-á também à eleição e posse dos novos elementos dos órgãos diretivos.

Apelamos à participação de todos.

Com as saudações associativas

A Direção da ATEHP

Loulé vai ter PET para melhorar resposta oncológica

Equipamento estará disponível em 2026, por via de uma parceria que envolve a Câmara Municipal de Loulé, a ULS – Unidade Local de Saúde do Algarve e o ABC – Algarve Biomedical Center

As três entidades anunciaram este investimento integrado no Serviço Nacional de Saúde, que evitará que os doentes tenham que percorrer cerca de 600 kms (viagem de ida e volta a Lisboa) para realizar um exame de diagnóstico. Citado em comunicado do município de Loulé, o responsável da ULS, Tiago Botelho, referiu que atualmente são cerca de 2000 os exames anualmente “adquiridos ao exterior neste âmbito”. Era a única resposta oncológica ainda indisponível no Algarve.

O município irá disponibilizar o terreno contíguo ao edifício do ABC Outreach (laboratório de genética médica), para a instalação do equipamento, suportando ainda a contrapartida nacional do projeto. O investimento previsto de 3,5 milhões de euros, respeitante à construção do edifício e aquisição de equipamento, terá financiamento de fundos comunitários, através do PO Algarve 2030 (60%).

Caberá à Câmara Municipal de Loulé a comparticipação da restante verba, explicita o comunicado. Por seu turno, a ULS garantirá, através do seu Centro Académico – ABC, as condições necessárias para a realização de todas as PET do Algarve no novo equipamento, até ao início do funcionamento do Hospital Central do Algarve.

Quando essa obra estiver concluída, “seguramente o Algarve já vai necessitar de dois equipamentos a funcionar”, projeta Tiago Botelho, pelo que o Hospital Central irá integrar um outro PET, mantendo-se, no entanto, este em Loulé.

A parceria que o ABC mantém com o ICNAS – Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde, em Coimbra, permitirá agilizar a operacionalização do PET.

Nova licenciatura em Gestão de Dados e Tecnologias em Saúde

O Instituto Superior de Educação e Ciência (ISEC Lisboa) anuncia o lançamento da Licenciatura em Gestão de Dados e Tecnologias em Saúde, numa parceria com o ISLA de Santarém, a Escola Superior de Santa Maria, localizada no Porto, e a empresa What If

 

A nova licenciatura vai conferir competências de administração de sistemas de informação em hospitais, centros de saúde e laboratórios, e também de apoio à gestão de instituições do setor da saúde, gestão e tratamento de dados em entidades reguladoras, desenvolvimento de soluções em tecnologias digitais, incluindo Inteligência Artificial e desenvolvimento de software para a saúde, bem como apoio à investigação científica através da ciência dos dados.

 

O novo curso, detalha o ISEC Lisboa em comunicado, “aposta na formação de especialistas capazes de utilizar ferramentas de inteligência empresarial para otimizar processos e melhorar serviços de assistência médica. Neste âmbito, a What If enquanto especialista em Business Intelligence, entrega a sua expertise na estruturação de unidades curriculares, como “Experimental Data Analysis Using Business Intelligence” e “Clinical Data Analysis Using Business Intelligence”.”

Conceitos de saúde, como anatomia, fisiologia, patologias e epidemiologia; estatística e matemática aplicadas à análise de dados em saúde; técnicas de visualização de dados e storytelling; computação e ciência dos dados aplicadas ao apoio à decisão no setor da saúde; bem como pensamento crítico, criatividade, trabalho colaborativo e consciência sobre os princípios éticos e legais na gestão de dados em saúde, são algumas das competências com que a licenciatura dotará os seus alunos.

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