Centro de radioterapia de Viseu com candidatura aprovada

O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, disse que a candidatura para a construção do centro de radioterapia do Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) foi aprovada, embora tenha revelado não acreditar que a unidade esteja pronta em dezembro de 2023.

“A candidatura das obras de radioterapia do CHTV foi aprovada”, anunciou Fernando Ruas.

O autarca falava aos jornalistas no final da reunião do executivo, na qual terá dado a conhecer esta aprovação da candidatura a fundos comunitários, ao Portugal 2020, para a construção do Centro de Ambulatório e Radioterapia.

“Esperemos é que a obra comece. Até agora, a única entidade que contribuiu foi a Câmara de Viseu”, apontou.

O presidente justificou o contributo com a “isenção em 90 por cento das taxas no CHTV, que é um valor com algum significado”.

“Até agora, ainda mais ninguém se atravessou em termos financeiros. Ainda falta agora toda a via-sacra do concurso e tudo o resto. A única coisa positiva é que não havia financiamento sem esta candidatura. Estamos a falar de um investimento de 24 milhões de euros. Mesmo assim não sei qual é a percentagem da candidatura, o que significa que é preciso descobrir a comparticipação nacional”, referiu.

No final de junho de 2021, o presidente do conselho de administração do CHTV, Nuno Duarte, disse à agência Lusa que, “tudo correndo bem”, o Centro de Ambulatório e Radioterapia estaria pronto no final de 2023.

“A nossa estimativa é a de que consigamos iniciar as obras no final do primeiro trimestre de 2022”, referiu então Nuno Duarte, acrescentando que, como será “uma obra que vai sempre demorar cerca de um ano e meio”, se tudo correr bem, em dezembro de 2023 deverá estar concluída.

O responsável explicou que o projeto sofreu alterações e “é um complemento ao projeto anterior que apontava para ser centro oncológico”.

“Neste incluímos, para além dessa área oncológica, uma área dedicada aos hospitais de dia de especialidades médicas e também uma ampliação das consultas externas, uma vez que a ligação entre os edifícios vai ter de ser feita através de uma ponte e, no local onde desemboca, no edifício principal, vamos fazer uma ampliação da Consulta Externa”, afirmou.

Novos avanços tecnológicos nos cuidados intensivos do CHULC

Uma nova plataforma informática, que agrega toda a informação necessária à tomada de decisão clínica, está a ser instalada nas unidades de cuidados intensivos do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC).

A aplicação BS PaTIENT.CARE, além da integração com os sistemas disponíveis no centro hospitalar (SONHO, SCLINICO, Clinidata e SGICM), permite reunir a informação que é libertada pelos equipamentos que estão ligados ao doente internado, como monitores vários, ventiladores, entre outros, garantindo a compilação e registo dos dados de forma automática.

O responsável da especialidade de Medicina Intensiva do CHULC, Luís Bento, considera este um salto tecnológico importante, porque “facilita o trabalho diário dos profissionais na elaboração de indicadores de gravidade, registo de intervenções, procedimentos e diagnósticos, facilitando a tarefa da codificação”.

O também coordenador da Unidade de Urgência Médica (UUM) e da Unidade de Cuidados Intensivos Neurocríticos e Trauma (UCINCT) defende ainda que este passo “é muito importante, porque permite disponibilizar mais tempo para cuidar do doente”.

O diretor da área de Gestão de Sistemas e Tecnologias de Informação, António Lourenço, destaca, por seu lado, entre outras vantagens, “a facilidade de adaptação e parametrização do programa, através da interoperabilidade com os vários dispositivos e sistemas existentes nas unidades, e a capacidade em se adaptar a novas realidades que surjam no dia-a-dia”.

A implementação desta plataforma no CHULC vai contemplar de forma gradual todas as Unidades de Cuidados Intensivos (de adultos e pediátricos), blocos operatórios e salas de procedimentos, e vai permitir a desmaterialização do processo clínico, uniformização dos registos, eliminando a utilização do papel.

Será ainda possível a exportação automática dos dados da infeção nosocomial para a plataforma nacional do HELICS-UCI.

O processo, que já foi concluído na UCINCT, UUM e Unidade Cerebrovascular, está a ser implementado na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital de Dona Estefânia.

ARS Norte tem novo sistema de atendimento

A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte é a primeira ARS do país a concluir a instalação do Sistema de Atendimento e Resposta Ágil (SARA) em todas as suas unidades de cuidados de saúde primários.

O SARA é um sistema que facilita o acesso dos utentes aos cuidados de saúde primários, evitando deslocações necessárias, uma vez que assenta numa funcionalidade designada por “calback”, que regista o número de telefone do utente e permite às unidades de saúde devolverem a chamada.

O diretor executivo do Agrupamento dos Centos de Saúde (ACeS) do Porto Oriental, Álvaro Pereira, que apresentou esta funcionalidade à Ministra da Saúde, Marta Temido, revelou que, só em maio, as unidades da região atenderam e reencaminharam 98 por cento das 500 mil chamadas efetuadas.

Esta aplicação substitui o atendimento presencial por uma gravação que coloca à disposição do utente um conjunto de opções, tais como marcação de consulta do dia ou consulta programada ou renovação receitas, entre outros. Quando a opção é selecionada pelo utente, a aplicação procede então à gravação do número que fez o contacto, gerando depois uma tarefa – ordenada pela hora da chamada e pelo motivo.

“Estamos a resolver um problema crucial e identificado há muito tempo nos serviços de saúde, que é o não atendimento do telefone”, afirmou Álvaro Pereira.

A ARS do Norte começou a aplicar esta ferramenta ainda antes da pandemia, mas foi a partir de julho de 2021 que este projeto ganhou dimensão nacional com a parceria com a SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

Segundo a SPMS, o SARA já está instalado em 533 unidades de saúde do país, estando em curso a implementação em mais 13 unidades.

A região Norte tem este sistema em 377 unidades, o Centro em 83 e a região de Lisboa e Vale do Tejo em 73.

CHMT investe mais de 3,5ME em medidas ambientais

O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) investiu este ano mais de 3,5 milhões de euros em medidas de eficiência energética e criou uma Comissão Hospitalar de Ambiente e Sustentabilidade.

Em comunicado, o CHMT revelou que o investimento de 3,5 milhões de euros nas três unidades hospitalares, em Abrantes, Tomar e Torres Novas, diz respeito, por exemplo, à instalação de sistemas fotovoltaicos, substituição de caldeiras de condensação e utilização de iluminação LED.

Estas medidas “vão resultar numa redução do impacto ambiental do CHMT e levar a uma poupança na fatura energética superior a um milhão de euros por ano”, sublinhou a entidade.

Segundo o CHMT, as obras nos hospitais daquelas três cidades foram comparticipadas em mais de 95 por cento pelo Fundo de Coesão, através de candidaturas ao Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.

Além destas intervenções, aquele centro hospitalar anunciou a criação, em maio, da Comissão Hospitalar de Ambiente e Sustentabilidade, para “propor, planear e implementar novas abordagens de intervenção, otimização de recursos e gestão sustentável”.

CHULC inaugura novo CRI na Maternidade Alfredo da Costa

No Dia Mundial da Criança, 1 de junho, o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC) inaugurou, na Maternidade Alfredo da Costa, o Centro de Responsabilidade Integrado de Medicina e Cirurgia Fetal (CRI-MCF), que pretende chegar a todas as grávidas na ecografia do primeiro trimestre, considerada “crucial” para determinar riscos durante a gravidez.

De acordo com o CHULC, a equipa do CRI-MCF é composta por 12 médicos obstetras, estando previsto o seu alargamento para 14, uma cardiologista pediátrica, uma geneticista e colaboração, a tempo parcial, de nefrologista, neurologista, gastrenterologista e especialistas em Anatomia Patológica-Fetopatologia e Imunohemoterapia, uma assistente social e uma psicóloga.

Quanto à equipa de enfermagem, é constituída por cinco enfermeiros, estando previsto o seu alargamento para sete.

A equipa de assistentes operacionais é constituída por quatro profissionais e está previsto o seu alargamento para sete. Já a equipa de assistentes técnicos é constituída por quatro profissionais.

Hospital do Funchal estima aumentar para 254 tempos operatórios

O Hospital Dr. Nélio Mendonça, na Madeira, estima passar a ter, no próximo ano, capacidade para 254 tempos operatórios por mês, um aumento face aos cerca de 180 do ano passado, revelou o serviço de saúde da região.

Estes dados foram disponibilizados pelo diretor do bloco operatório do Sesaram (Serviço Regional de Saúde), Diogo Rijo, que falava numa conferência de imprensa realizada no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.

O responsável salientou que quando as obras do bloco operatório – que começaram em dezembro e têm uma duração estimada de cerca de seis meses – estiverem terminadas, são necessários “mais recursos humanos e melhor distribuição”, assim como mais recursos físicos.

Segundo o médico, em 2021 existiam 159 tempos operatórios por mês no bloco central de cirurgia e “apenas 20 em bloco de ambulatório”.

No entanto, com as obras a serem realizadas naquele bloco do hospital e havendo mais espaços e mais recursos humanos, estimam-se 168 tempos operatórios disponíveis em bloco central em 2023, com nove salas a mais, e em bloco de ambulatório os tempos deverão subir de 20, em 2021, para 86 no próximo ano.

“Se nós conseguirmos aumentar isto tudo, isto equivale a cerca de 3 300 doentes num ano”, acrescentou.

Questionado sobre o número de cirurgias em atraso antes da pandemia de Covid-19 e atualmente, Diogo Rijo indicou que esse número aumentou de cerca de 20 500 para “19 mil e muitas”, sem precisar dados concretos.

O diretor do Bloco Operatório ressalvou que o esforço que está a ser feito pelo serviço de que é responsável vai “além dos números” e que os tempos estão a ser “otimizados ao máximo”.

O médico perspetivou também que os números de cirurgias em espera “daqui a uns meses sejam muito mais baixos”, sem indicar estimativas concretas.

Diogo Rijo revelou, por outro lado, que o serviço regional de saúde contará este ano com mais três anestesistas, três ortopedistas e quatro cirurgiões.

A enfermeira Marina Castro, do bloco operatório, completou que depois das obras estarem concluídas serão necessários “38 enfermeiros e 20 assistentes operacionais”.

O diretor clínico do Sesaram, Júlio Nóbrega, justificou os atrasos nas cirurgias com o facto de os profissionais de saúde estarem “exaustos” e defendeu que os efeitos da pandemia de Covid-19 vão perdurar durante mais anos.

O responsável vincou também que está a ser utilizada toda a capacidade instalada para realizar cirurgias, indicando ainda que há atualmente 152 profissionais de saúde infetados, 92 utentes em alta social e 39 utentes internados com covid-19, aspetos que condicionam a atividade médica.

São João implementa plataforma de apoio à decisão clínica

O Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) implementou um novo software de apoio à decisão clínica que pretende reduzir assimetrias nos cuidados prestados entre diferentes profissionais, reduzir o consumo de exames complementares de diagnóstico inadequados, aumentar a celeridade da resposta e a comodidade dos utentes.

Criado em parceria com uma startup de médicos portugueses e pensado para a realidade do Serviço de Urgência, este projeto promete facilitar a integração dos médicos que todos os anos chegam ao CHUSJ para continuarem a sua formação, e foi iniciado no Serviço de Urgência Pediátrico e no Serviço de Urgência de Adultos.

De acordo com o fundador do projeto, Tomás Pessoa e Costa, “esta ferramenta concentra todo o saber médico e, sendo colaborativa, vai evoluindo com a medicina à medida que os seus utilizadores introduzem informações de maneira a poder facultar aos médicos a melhor recomendação, baseada na evidência clínica e nas contribuições que os médicos vão introduzindo diariamente”.

De acordo com Tomás Pessoa e Costa, o objetivo desta plataforma é apoiar o exercício da prática médica através das diversas ferramentas concebidas para o efeito, nomeadamente através de um chatbot suportado em algoritmos que orientam o clínico ao longo de toda a consulta.

Os diretores dos Serviços de Urgência Pediátrica e Cirurgia Geral, Ruben Rocha e Elisabete Barbosa, consideram esta plataforma importante para a garantia do acesso da informação médica atualizada, evitando, assim, erros de articulação entre os membros das equipas clínicas.

Avança procedimento para construção do Hospital Central do Algarve

Os deputados aprovaram, em sede de orçamento, que o Governo assegure o procedimento para a construção e equipamento do novo edifício do Hospital Central do Algarve até ao final do terceiro trimestre deste ano, com um modelo contratual célere.

“Até ao final do terceiro trimestre de 2022 o Governo adota as diligências necessárias que assegurem o procedimento para a construção e equipamento do novo edifício do Hospital Central do Algarve, assumindo o modelo contratual mais célere para a concretização da obra, que concilie o princípio de viabilidade e sustentabilidade económica e financeira com o critério de imperiosa urgência e necessidade para a qualidade da assistência prestada à população da região”, prevê a iniciativa do Partido Socialista aprovada por unanimidade na Comissão de Orçamento e Finanças, tendo sido rejeitadas as restantes propostas de outros partidos sobre o mesmo tema.

Os socialistas justificaram a medida com o facto do concurso para adjudicação da Parceria Público Privada para a sua construção se encontrar suspenso desde 2011.

Também na área da saúde foi aprovada uma proposta para prorrogar durante 2022, tal como nos dois últimos anos, o projeto-piloto relativo ao regime de comparticipação do Estado no preço dos tratamentos termais prescritos nos Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde.